Blog Moisés Arruda - Sobral/CE/Facebook-moiseslinharesarruda : Greve dos Servidores Federais

15 de jun. de 2012

Greve dos Servidores Federais

Há 28 dias uma greve de docentes paralisa as Universidades Federais, já são 53 instituições em greve. Os docentes, cuja greve agora é engrossada pelos funcionários administrativos e, em várias unidades, por estudantes, cobram do governo o cumprimento de um acordo feito em 2011. O governo, não responde às reivindicações e ainda pede “trégua”. O pedido de trégua mostra a força do movimento e o impasse em que está metido o governo em função da aceleração da crise mundial – mesmo porque outros setores do funcionalismo entram em greve, por serem enrolados sob o argumento de “restrições orçamentárias em função da crise”.
Pois bem, com que política o governo diz pretender enfrentar a crise, e qual tem sido suas consequências?
Em abril, segundo dados do IBGE, na indústria de transformação houve uma queda de 0,6%, a maior desde 2009 e a massa salarial caiu 3,9%. Menos emprego menos salário, isso é saída para a crise?  Não para os trabalhadores.
Nas montadoras, amplamente beneficiadas com isenção de impostos, as medidas de governo “para enfrentar a crise”, não aliviam a situação dos trabalhadores. Ao contrário. A MWM, no Rio Grande do Sul e São Paulo reduziu a jornada de trabalho e os salários. A Mercedes Benz de São Bernardo do Campo anuncia semana de quatro dias para reduzir a produção, a Volvo utiliza o banco de horas e a GM abriu um Programa de Demissão Voluntária para demitir 1500 trabalhadores.
No setor calçadista e de vestuário, os primeiros beneficiados com a desoneração da folha de pagamentos em 2011 (redução do custo do trabalho para aumentar a “competitividade”), nos primeiros quatro meses de 2012 houver uma queda de 6,5% e 7% no nível de emprego!
O diretor de assuntos institucionais da GM, beneficiada pela redução do IPI em abril, respondendo à pergunta se a essa medida não correspondia a contrapartida de manter os empregos, respondeu: “É um acordo de cavalheiros”!
Pois bem! Segundo dados do Tribunal de Contas da União, em 2011, o primeiro ano do governo Dilma, esse cavalheiros foram beneficiados com R$ 187 bilhões que deixaram de entrar nos cofres públicos. Valor maior do que os R$ 163 bilhões gastos, no mesmo ano, com educação, saúde e assistência!
Ora, para os servidores e professores há restrições orçamentárias. Mas para pagar os banqueiros, só o governo federal prevê um superávit primário de R$ 97 bilhões, dos quais já foram garantidos nos primeiros quatro meses do ano, 44,5 bilhões!
Desviar 187 bilhões em 2011 (em isenções fiscais) e 97 bilhões em 2012 (superávit primário) para salvar empresas, inclusive as multinacionais, e banqueiros, isso é uma política para enfrentar a crise? Não para os trabalhadores. 
As isenções aos patrões não garantem empregos, afinal manter os empregos “é acordo entre cavalheiros”. O dinheiro retirado dos cofres públicos penaliza não apenas servidores e docentes, mas toda a população trabalhadora que depende dos serviços públicos, na cidade e no campo.
“Restrição orçamentária” para a maioria oprimida é a política para salvar o capitalismo em crise.
Passa da hora de aplicar outra política! Esse é o recado a Dilma da greve em curso das Universidades Federais, da greve dos servidores anunciada para o dia 18, e dos Congressos Estaduais da CUT que enviam ao Congresso Nacional em julho (CONCUT) a proposta de uma marcha a Brasília com uma plataforma dos trabalhadores
colaborador - Roberto Luque

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