Blog Moisés Arruda - Sobral/CE/Facebook-moiseslinharesarruda : Secretário de saúde do Ceará, em sua entrevista colocar toda governabilidade da saúde em cheque! CARLILE LAVOR 02/03/2015 "O Ceará gasta demais em saúde", diz secretário Carlile LavorUm dos idealizadores do SUS, secretário da Saúde quer reduzir número de especialidades oferecidas e mudar papel dos agentes de saúde, que ele criou há 28 anos

2 de mar. de 2015

Secretário de saúde do Ceará, em sua entrevista colocar toda governabilidade da saúde em cheque! CARLILE LAVOR 02/03/2015 "O Ceará gasta demais em saúde", diz secretário Carlile LavorUm dos idealizadores do SUS, secretário da Saúde quer reduzir número de especialidades oferecidas e mudar papel dos agentes de saúde, que ele criou há 28 anos

O povo publicou uma matéria com o secretario de saúde do estado o mesmo deixou vários secretários municipais em cheque! veja alguns trecho da entrevista, fonte o povo.


Mas, ao responder ao deputado Heitor Férrer, formulada a pedido do O POVO para as Páginas Azuis, disse que não considera necessário gastar mais em saúde - ou em doença. É hora de usar melhor o que se tem.

O POVO – O senhor não tem plano de saúde? 
Carlile Lavor – Eu tenho o SUS (Sistema Único de Saúde), que é o maior plano do Brasil. Eu defendo o SUS há quantos anos? E que defesa seria essa se eu fosse para outro plano? Eu acredito ou não no SUS? Minha família tem plano particular. Meus filhos e minha esposa, porque têm medo. Minha mulher usou muito já, esteve em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Ela usa muito mais, sempre tem exame, como a mamografia. 
OP - Como secretário, o senhor acha seguro que as pessoas não tenham plano de saúde particular?
Carlile – O que eu defendo, e é isso que estou conversando com os prefeitos vou conversar com o governador, é que o SUS não dá conta de tudo. Nem os planos de saúde dão. O que se tem na saúde, hoje, é muito caro, sofisticado. A ressonância magnética, por exemplo, é um espetáculo, mas é muito cara. Não está ao nível do Brasil e do Ceará ter tudo. Nem os Estados Unidos, que gastam 15 mil dólares per capita por ano com saúde. E isso é mais do que toda a renda brasileira. Para se ter uma ideia, hoje existem 70 especialidades médicas e não tem como oferecer tudo. Mas umas 20 é possível ter. E para todas as pessoas. Porque isso acabaria com a angústia de as pessoas chegarem ao pronto-socorro e não ter pediatra, clínico geral, obstetra, cirurgião, traumatologista e anestesista, por exemplo. Isso dá para o SUS pagar. O Congresso Nacional, anualmente, define o orçamento. Então, deve dizer o que pode ser colocado à disposição de todo mundo. Mas que seja para valer, que todos tenham direito àquilo e com qualidade, para que as pessoas não precisem ter outro plano de saúde.
OP – O que mais mudou daquele tempo até hoje na saúde do Ceará?
Carlile – Primeiro o Brasil ficou bem mais rico e o Ceará também. Naquele tempo o dinheiro do Ceará era pouco. Como a inflação era muito alta, apresentei o Programa de Agentes da Saúde em dólar. Iria custar US$ 6 mil. Era pouco dinheiro. No ano passado, o SUS do Ceará gastou R$ 6 bilhões. Outra mudança importante é que temos muita gente formada. Naquele tempo, o Interior do Estado devia ter 50 enfermeiros. Mas também cresceu muito a ideia da medicina privada e cara. A Faculdade de Medicina de Sobral cobra R$ 6.500 reais por mês, por aluno. Imagina o que é um aluno que paga isso. Quanto ele vai querer ganhar? E o pai que está investindo naquilo? Essa ideia de ganhar muito dinheiro com a medicina está na cultura hoje dos estudantes, de que médico tem que ganhar muito dinheiro. Na minha turma devia ter duas pessoas com carro, ou três. Hoje, se o médico ganhar R$ 15 mil ainda não dá para pagar tudo o que ele quer. Eu acho que a gente precisa retomar e estou aproveitando os meus 74 anos pra ver se eu faço isso: tentar reagrupar as pessoas que pensam em saúde pública. Porque tem muita gente hoje.
OP – Como aquele movimento de 85?
Carlile – Isso. O Ceará hoje tem mil mestres em saúde pública, com mestrado em saúde pública. E tem um grupo bom com doutorado. É preciso juntar essas pessoas. Esse é um desafio e eu estou animado para fazer. Estou sentindo uma boa receptividade de muitas pessoas que querem ajudar. 
OP – Os secretários falam muito que a saúde acontece no município. Essa relação interfederativa de responsabilidade poderia ser um apoio para que a oferta fosse maior?
Carlile – O Ceará organizou consórcios regionais. Já me reuni com três consórcios. Iguatu foi o primeiro, depois Sobral e Limoeiro do Norte. O que eu estou propondo aos prefeitos é que a atenção básica seja do município e a especializada seja do Estado. Mas que seja oferecida na região. Aquelas especialidades do SUS, que há dinheiro para oferecer, que sejam oferecidas em cada uma das 22 microrregiões. E nenhum doente venha do interior para Capital, a não ser quando for câncer, porque não dá para ter um tratamento para câncer em cada região. Mas todo o resto, o dinheiro que eu gasto em Fortaleza para tratar, que trate na região. Em vez de transportar esse monte de gente pra Fortaleza, que o dinheiro de Fortaleza seja aplicado nas 22 microrregiões. E eles estão animados com isso. Então eu proponho que o dinheiro da atenção especializada seja do Estado, mas gerenciado pelo consórcio dos prefeitos. Os prefeitos que vão cuidar do hospital regional, que faça tudo que a gente faz hoje em Fortaleza.
OP – Uma coisa que o senhor mencionou foram os agentes comunitários de saúde. Que não tinha dinheiro na época, então você tinha e equipe e não precisava ter estruturas. Era uma forma de economizar
Carlile – No ano passado eu estudei muito a função dos agentes de saúde no mundo. Passei sete meses na África ajudando o Ministério da Saúde a implantar e regulamentar um sistema de agentes de saúde 
muita gente acha que cigarro é ruim, mas entre achar que é ruim e deixar de fumar, tem toda uma evolução. Isso o agente de saúde faz em casa, um acompanhamento de como a mãe deve cuidar melhor do filho. Aquelas coisas que a gente fez em 1987, como trazer a mãe pro pré-natal, vacinar as crianças regularmente, cuidar da higiene da casa e das crianças, dar de mamar. Eram coisas difíceis. Isso os agentes fizeram naquela época. Hoje são outras doenças. É o diabetes, a hipertensão, o câncer... É a atividade física, a obesidade. A droga, que é uma das nossas maiores doenças. O agente de saúde sabe todo mundo que usa droga, e sabe quem é o vendedor. Mas não está preparado para isso. Ele só foi preparado no início, fez um curso ou outro. Mas não foi preparado agora. E é isso que nós vamos fazer, retomar um curso que em 2003 e 2004 foi definido, que é o curso técnico dos agentes de saúde.

OP – Preparar o agente de saúde para ter uma função diferente da que tinha na década de 1980?
Carlile –
 Porque hoje praticamente não precisa dizer mais a ninguém que precisa vacinar, a não ser uma família ou outra que ainda não vacina. Que precisa fazer pré-natal, hoje é exceção a mãe que não faz pré-natal. Hoje o agente de saúde para isso não precisa mais. Ou precisa muito pouco, como no caso do sarampo, agora, que uma ou outra família ficou sem vacinar. Precisa ter para isso, mas o grande trabalho dele hoje é com essas outras coisas. É o motoqueiro que anda sem capacete, é a família que o adolescentes está entrando na droga e não cuida ou a criança que não está indo para a escola... São essas outras coisas que o agente de saúde tem que fazer.  veja mais no o povo.
 

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