Blog Moisés Arruda - Sobral/CE/Facebook-moiseslinharesarruda : Testes de vacina contra a dengue são contestados.

24 de set. de 2010

Testes de vacina contra a dengue são contestados.

   Devido à circulação da dengue do tipo 1 em todo o Estado, os jovens adultos e crianças estão no                               grupo de risco
Testes de vacina contra a dengue estão sendo feitos no Brasil, e também podem ser realizados em Fortaleza, mas já são contestados por quem já faz pesquisas do tipo no Ceará. A questão é que, o vírus da doença tem uma resposta complexa para cada vacina. De um modo ou de outro, crianças e adolescentes estão na linha de frente dos exames - no Brasil, porque se incluem no grupo de maior incidência da doença, e aqui, porque esses jovens estão sendo mais contraídos com o tipo 1 da doença, que voltou ao Ceará neste ano com maior risco.
A bioquímica e pesquisadora da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Maria Izabel Florindo Guedes, não acredita que a vacina criada em São Paulo, pelo laboratório Sanofi Pasteur, seja tão eficiente.
Ela explica que o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti é complexo. "Em alguns casos pode deixar a pessoa vacinada imune, mas em outros pode não surtir nenhum efeito", afirmou Izabel.
Segundo a bioquímica, a complexidade encontrada no tratamento da doença é devido a vacina combater os quatro tipos de vírus da dengue, já que todos eles são diferentes.
O vírus, criado pelo laboratório Sanofi Pasteur, está sendo chamado de um vírus quimérico. Ele é vivo, atenuado, mas não é nem o da febre amarela nem o da dengue. Espera-se que possa oferecer proteção ao estimular o sistema de defesa do organismo a produzir anticorpos contra a doença.
A vacina foi fabricada usando o mecanismo genético da multiplicação do vírus da febre amarela, pois é mais estável e conhecido do que o da dengue e um trecho do DNA do vírus da dengue que determina a produção de uma proteína da membrana externa do vírus.
Essa proteína não causa a doença, mas serve de alerta para o organismo humano sobre a presença do micro-organismo.
A vacina tetravalente traz quatro sorotipos e conseguiu uma resposta imunológica boa contra todos eles. As demais vacinas apresentaram resposta para dois ou três sorotipos.
As pesquisas do laboratório revelam que a imunização prévia contra a febre amarela potencializa a resposta da vacina contra a dengue. O esquema é de três doses, aplicadas com intervalos de seis meses. Para as pessoas que já tomaram a vacina contra a febre amarela, duas doses da tetravalente contra dengue equivalem a três.
No Brasil, os testes de fase dois, para avaliar a produção de anticorpos e a segurança do imunizante, começaram no fim de agosto. A pesquisa está sendo realizada em Vitória, no Espírito Santo, e confiante nos bons resultados dos testes apresentados até agora, o laboratório planeja ampliar a pesquisa no País, incluindo oito mil pessoas em Goiânia, Natal, Fortaleza e também Campo Grande.
Uece
Pesquisadores do Laboratório de Bioquímica Humana da Universidade Estadual do Ceará (Uece) desenvolvem, desde 2003, uma vacina tetravalente contra a dengue. A coordenadora do local, Izabel Guedes, vibra ao falar sobre os resultados obtidos até agora pela equipe de pesquisadores. Pois eles já estão produzindo as proteínas (peptídeos imunogênicos) do envelope viral do vírus da dengue, que será o fator principal da vacina no combate a dengue.
Segundo Izabel, a vacina, além de não causar danos para a saúde humana por não induzir a doença, também parece ser a única proposta que pode impedir a entrada do vírus na célula do hospedeiro.
Os pesquisadores estão parados na fase pré-clínica do projeto devido a falta de estrutura do laboratório. "Para podermos avançar precisamos fazer alguns testes. Mas, infelizmente, não é possível", comentou.
Grupo de risco
O biólogo do Núcleo de Epidemiologia da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Luciano Pamplona, alertou para o fato que, hoje, as crianças e os jovens adultos estão com mais possibilidade de contrair a dengue.
Isso acontece porque, hoje, circula no Ceará, a dengue do tipo um, que a pessoa pode contrair o vírus apenas uma única vez, e a última vez em que esse sorotipo esteve mais ativo em nosso Estado foi na década de 1980 e 1990. As pessoas que sofreram com a doença naquela época agora são adultos, portanto os pequenos, que estão tendo o contato com o tipo um pela primeira vez, são as que tem chances de sofrer com o mosquito Aedes aegypti.
"Por isso que as pessoas que tem adolescentes e crianças em casa devem se prevenir bastante. Pois, ainda, não temos como controlar o vírus", declarou o biólogo da Sesa.
Sobre as vacinas criadas para combater a dengue, Pamplona acredita que não serão utilizadas nos próximos cinco anos. "Existem muitas pesquisas. Mas, muito estudo ainda precisa ser feito", frisou

Fonte - DN.

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