Serra afirma que nunca discutiu ministérios com PV.

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou hoje que não fará "assédio" ao PV. Segundo o tucano, o tema ministérios nunca foi discutido por ele com o partido ou com Marina Silva, que obteve quase 20 milhões de votos no primeiro turno das eleições e cujo apoio é considerado fator decisivo para a definição do próximo presidente da República.
Ontem, em reunião com aliados, Marina criticou a discussão sobre troca de apoio por cargos no próximo governo.
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"Eu não vou fazer assédio em relação ao PV. As mulheres entendem bem o que é assédio. É o que eu não vou fazer", disse Serra, após tomar um café numa pequena lanchonete na garagem do edifício Praça da Bandeira (antigo Joelma), onde está montado o comitê central de sua campanha, no centro de São Paulo.
"Ficar pressionando o partido não é de bom tom, não é adequado", disse o candidato, que usava um suéter verde, em substituição ao tradicional azul. "Eles têm autonomia, eles devem decidir. Eu pessoalmente, não estou fazendo nenhum tipo de pressão. Não considero isso legítimo".
Segundo o tucano, uma discussão sobre eventuais ministérios só acontecerá após ele ganhar as eleições.
"Cada dia tem sua agonia. Agora é ganhar eleição. Questão de ministério, se ganhar, a gente vai ver. Muito depois ainda, a questão de outros partidos", disse.
ABORTO
Serra voltou a se manifestar contrariamente à legalização do aborto e, apesar de dizer que o tema não foi introduzido por ele na campanha, afirmou que sua adversária Dilma Rousseff (PT) age em relação ao caso de acordo com os "ventos eleitorais".
"O que está em questão agora nessa campanha não é ser contra ou a favor [de aborto]. É a mentira. Quem é a favor, de repente diz que é contra, por motivos eleitorais", disse o candidato.
Serra voltou a dizer que sua posição é coerente e, ao mesmo tempo, criticou uma suposta ambiguidade de Dilma.
"Eu não tenho duas posições, uma pessoal e outra eleitoral", afirmou o tucano. "Eu não fico mudando de opinião segundo o que eu acho que é o vento eleitoral".
Fonte  - Jornal Afolha S.P.  .BRENO COSTADE SÃO PAULO