Deputado cotado como candidato a presidente da Câmara critica rodízio de PT-PMDB para comandar a Casa nos próximos quatro anos
O deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) fez nesta segunda-feira (27) sua crítica mais dura ao acordo de rodízio entre o PT e o PMDB para presidir a Câmara dos Deputados nos próximos quatro anos. “Transformaram a Câmara em churrascaria. Esse rodízio só serve a dois senhores: o PT e o PMDB”, disse o comunista ao iG. Cotado como candidato pelos colegas, ele nega.
Apesar de negar sua candidatura ao comando da Casa, Aldo é visto como o principal articulador do lançamento de um nome da base aliada ao governo para disputar a presidência da Câmara contra Marco Maia (PT-RS). O deputado comunista disse também ao iG que já tratou do assunto com a presidenta eleita Dilma Rousseff.
Foto: AE
Aldo Rebelo falou ao iG nesta segunda-feira
“Eles vêem com preocupação a disputa na Câmara”, disse. O deputado contou que não foi questionado ou convencido a desistir da ideia. “Mas não me perguntaram nada. Fui eu que disse a eles. Falei que (a base governista) pode ter duas candidaturas”, completou Rebelo, que conversou com o iG por telefone nesta segunda pela manhã.
Aldo Rebelo foi presidente da Câmara entre setembro de 2005 e janeiro de 2007, depois que o então deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) renunciou ao posto e ao mandato após sofrer denúncias de cobrança de propina do dono do restaurante da Casa. Ele tentou a reeleição em fevereiro de 2007, mas acabou derrotado por Arlindo Chinaglia (PT-SP) que ganhou o apoio do PMDB na época.
Aldo nega que seja candidato contra Marco Maia, deputado escolhido pela bancada do PT para disputar o cargo. Na semana passada, o petista conseguiu o apoio dos líderes de oposição (DEM e PSDB). Aldo, no entanto, afirma que há um grande número de deputados insatisfeitos por terem sido excluídos da decisão sobre o nome de Maia.
“Não sou candidato. Decidimos que vamos fazer um amplo processo de consulta com todos os deputados. Vamos apresentar um projeto. Sabemos que há uma grande insatisfação”, disse Aldo. “Agora, é um processo precoce. A situação é muito difícil porque a candidatura do PT é muito forte. Ele também conseguiu o apoio da oposição”, completou.
Aldo disse não ter nada contra Maia. “É um bom nome. Não estamos discutindo isso. O problema é que esse rodízio (com o PMDB). Presidência da Câmara não é ato de nomeação. É eleição”, disse. “Não podemos excluir 360 deputados de um processo de escolha”, completou, referindo-se ao número de deputado que não é do PT ou do PMDB.
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