DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
As autoridades chinesas de segurança nuclear detectaram pelo segundo dia consecutivo partículas de iodo 131 radioativo, procedentes da usina nuclear japonesa de Fukushima, no ar do extremo nordeste do território do país, embora tenham insistido que sua quantidade não é prejudicial para a saúde, informou a agência Xinhua.
O Comitê de Coordenação Nacional para Emergências Nucleares da China assinalou que os níveis de concentração do iodo radioativo na província de Heilongjiang, fronteira com a Rússia, mantiveram-se no sábado nos mesmos números que no sábado.
A instituição assegurou que estas concentrações não representam, por enquanto, ameaça alguma para a saúde pública ou para o meio ambiente, e por isso não foram iniciadas medidas de proteção.
Nos últimos dias, a China proibiu a entrada de alimentos procedentes de Fukushima e de outras localidades japonesas afetadas pelo desastre natural e posterior acidente nuclear, seguindo as recomendações do governo japonês.
Também detectou baixos níveis de radiação em um avião e um navio que viajaram do Japão para a China, assim como em dois cidadãos japoneses que foram hospitalizados e mais tarde tiveram alta na cidade oriental chinesa de Wuxi.
CRISE PODE DURAR ANOS
Mais cedo, após relatos controversos sobre o nível de radiação na água do mar em torno da usina de Fukushima, as autoridades japonesas informaram uma elevação de ao menos 100 mil vezes no reator 2 e 1.850 vezes nas águas. A constatação levou o governo a interromper as operações de reparo no local, afetado pelo terremoto seguido de tsunami. A direção da empresa que opera a usina disse que a crise nuclear pode levar "anos".
De acordo com especialistas, mesmo antes de a Tokyo Electric Power Company (Tepco), empresa que opera a usina nuclear, averiguar o controverso dado do aumento de 10 milhões de vezes, agora refutado, os números confirmados no fim de semana já são alarmantes.
"É muito preocupante. Há algo seriamente errado [com o reator 2]", disse Rianne Teule, uma especialista em energia nuclear do grupo ambientalista Greenpeace baseada na África do Sul.
Os dados do fim de semana, que elevaram ainda o número de mortos para ao menos 10.668, assim como a aparição de um resignado e pessimista premiê frente à população, levaram a Tepco a assumir que há incertezas na operação.
"Infelizmente nós não temos um cronograma concreto no momento que nos permita dizer em quantos meses ou anos [a crise chegará ao fim]", disse o vice-presidente da empresa, Sakae Muto.
Depois de anunciar, num primeiro momento, que este número era "10 milhões de vezes superior" ao tolerável, a Tepco convocou uma entrevista coletiva urgente para admitir que havia se equivocado, indicando ter confundido os elementos radioativos analisados.
A Tepco confirmou o nível de "1.000 milisieverts por hora".
Isto significa que o combustível no núcleo do reator provavelmente sofreu danos durante um princípio de fusão, provocado logo depois do terremoto seguido de tsunami do dia 11 de março, que danificou a central de Fukushima.
"Detectamos nas amostras de água taxas elevadas de césio e outras substâncias que geralmente não são encontradas na água do reator. Existe uma forte chance de que as barras de combustível tenham sido danificadas", advertiu a operadora.
AIEA ALERTA PARA CRISE
Um dia após um pronunciamento do premiê do Japão, Naoto Kan, admitindo que o desastre nuclear no país é "grave" e está "longe de ser solucionado", o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, também reiterou que a crise está "longe do fim" e ordenou o envio de duas novas equipes ao país.
Numa entrevista ao "The New York Times", Amano alertou para uma situação de emergência que pode durar semanas, senão meses.
Ele disse ainda que as autoridades japonesas ainda não têm certeza do sucesso das estratégias usadas para resfriar os reatores da usina de Fukushima, mas que vê como "sinais positivos" o fato de o país ter reconectado a energia elétrica a partes das instalações.
Embora tenha evitado tecer críticas diretas ao governo, o ex-diplomata japonês disse ao jornal americano que "mais esforços deveriam ser feitos para colocar um fim ao acidente".
Amano disse ainda que a maior preocupação no momento é de que os sistemas de resfriamento sejam reparados ao mesmo tempo em que grandes quantias de água são injetadas na usina. Caso estes sistemas não sejam consertados, mesmo com o acréscimo de água "as temperaturas vão subir", disse.
As autoridades chinesas de segurança nuclear detectaram pelo segundo dia consecutivo partículas de iodo 131 radioativo, procedentes da usina nuclear japonesa de Fukushima, no ar do extremo nordeste do território do país, embora tenham insistido que sua quantidade não é prejudicial para a saúde, informou a agência Xinhua.
O Comitê de Coordenação Nacional para Emergências Nucleares da China assinalou que os níveis de concentração do iodo radioativo na província de Heilongjiang, fronteira com a Rússia, mantiveram-se no sábado nos mesmos números que no sábado.
A instituição assegurou que estas concentrações não representam, por enquanto, ameaça alguma para a saúde pública ou para o meio ambiente, e por isso não foram iniciadas medidas de proteção.
Nos últimos dias, a China proibiu a entrada de alimentos procedentes de Fukushima e de outras localidades japonesas afetadas pelo desastre natural e posterior acidente nuclear, seguindo as recomendações do governo japonês.
Também detectou baixos níveis de radiação em um avião e um navio que viajaram do Japão para a China, assim como em dois cidadãos japoneses que foram hospitalizados e mais tarde tiveram alta na cidade oriental chinesa de Wuxi.
CRISE PODE DURAR ANOS
Mais cedo, após relatos controversos sobre o nível de radiação na água do mar em torno da usina de Fukushima, as autoridades japonesas informaram uma elevação de ao menos 100 mil vezes no reator 2 e 1.850 vezes nas águas. A constatação levou o governo a interromper as operações de reparo no local, afetado pelo terremoto seguido de tsunami. A direção da empresa que opera a usina disse que a crise nuclear pode levar "anos".
De acordo com especialistas, mesmo antes de a Tokyo Electric Power Company (Tepco), empresa que opera a usina nuclear, averiguar o controverso dado do aumento de 10 milhões de vezes, agora refutado, os números confirmados no fim de semana já são alarmantes.
Reuters/Kyodo | ||
Vice-presidente da Tepco, empresa que opera a usina no Japão, disse que a crise nuclear pode durar anos |
"É muito preocupante. Há algo seriamente errado [com o reator 2]", disse Rianne Teule, uma especialista em energia nuclear do grupo ambientalista Greenpeace baseada na África do Sul.
Os dados do fim de semana, que elevaram ainda o número de mortos para ao menos 10.668, assim como a aparição de um resignado e pessimista premiê frente à população, levaram a Tepco a assumir que há incertezas na operação.
"Infelizmente nós não temos um cronograma concreto no momento que nos permita dizer em quantos meses ou anos [a crise chegará ao fim]", disse o vice-presidente da empresa, Sakae Muto.
Christian Slund/Reuters/Greenpeace | ||
Técnicos do Greenpeace avaliam danos e monitoram níveis de radiação na vila de Ititate, próxima à usina |
Depois de anunciar, num primeiro momento, que este número era "10 milhões de vezes superior" ao tolerável, a Tepco convocou uma entrevista coletiva urgente para admitir que havia se equivocado, indicando ter confundido os elementos radioativos analisados.
A Tepco confirmou o nível de "1.000 milisieverts por hora".
Isto significa que o combustível no núcleo do reator provavelmente sofreu danos durante um princípio de fusão, provocado logo depois do terremoto seguido de tsunami do dia 11 de março, que danificou a central de Fukushima.
"Detectamos nas amostras de água taxas elevadas de césio e outras substâncias que geralmente não são encontradas na água do reator. Existe uma forte chance de que as barras de combustível tenham sido danificadas", advertiu a operadora.
AIEA ALERTA PARA CRISE
Um dia após um pronunciamento do premiê do Japão, Naoto Kan, admitindo que o desastre nuclear no país é "grave" e está "longe de ser solucionado", o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, também reiterou que a crise está "longe do fim" e ordenou o envio de duas novas equipes ao país.
Numa entrevista ao "The New York Times", Amano alertou para uma situação de emergência que pode durar semanas, senão meses.
Ele disse ainda que as autoridades japonesas ainda não têm certeza do sucesso das estratégias usadas para resfriar os reatores da usina de Fukushima, mas que vê como "sinais positivos" o fato de o país ter reconectado a energia elétrica a partes das instalações.
Reuters | ||
Imagens divulgadas pelo governo japonês mostram o estado do reator 4 na usina nuclear de Fukushima |
Embora tenha evitado tecer críticas diretas ao governo, o ex-diplomata japonês disse ao jornal americano que "mais esforços deveriam ser feitos para colocar um fim ao acidente".
Amano disse ainda que a maior preocupação no momento é de que os sistemas de resfriamento sejam reparados ao mesmo tempo em que grandes quantias de água são injetadas na usina. Caso estes sistemas não sejam consertados, mesmo com o acréscimo de água "as temperaturas vão subir", disse.
Marcelo Correa/Arte/Folhapress | ||
Com a Efe
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