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DE MANAUS
A epidemia de dengue elevou para 28.562 o número de notificações registradas entre o mês de janeiro e 23 de março no Amazonas. A Secretaria da Saúde do Estado informou nesta segunda-feira que 22.483 dos casos ocorreram em Manaus.
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Outras 2.136 notificações foram registradas no município de Tefé (distante da capital a 520 km). Dez mortes (oito delas em Manaus) foram confirmadas e mais seis estão sob investigação pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará.
À Folha, o pesquisador Pedro Vasconcelos, chefe do Departamento de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do IEC (Instituto Evandro Chagas), disse que o órgão já recebeu centenas de amostras de sangue de pacientes do Amazonas. Os exames revelaram que a epidemia no Amazonas é causada pelos sorotipos 1, 2 e 4. '"Até o presente somente o DEN-3 não foi isolado das amostras", afirmou Vasconcelos.
No início do ano, a Secretaria da Saúde do Estado informou que a gravidade da atual epidemia era decorrente da circulação das quatro variações da doença.
Segundo Pedro Vasconcelos, a cocirculação dos quatro sorotipos pode ocasionar formas graves da doença. "É um evento epidêmico preocupante", diz o virologista, destacando que o sorotipo 4 está restrito aos Estados do Amazonas, Pará e Roraima.
Vasconcelos disse que é possível que o vírus 4 tenha se espalhado para outros Estados, mas com a chegada do inverno o mais provável é que uma epidemia com transmissão pelos quatro sorotipos não ocorra mais este ano. "O risco é maior no ano que vem, pois daria mais tempo para o DEN-4 se dispersar pelo país", afirmou.
O pesquisador disse que uma epidemia mais intensa pode não ocorrer se medidas de controle vetorial forem adotadas contra o Aedes aegypti, transmissor da doença. "É importante lembrar que cidade limpa, bem cuidada com fornecimento contínuo de água e colheita sistemática do lixo, geralmente não tem transmissão de dengue", afirmou Vasconcelos.
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