Executiva do partido se reuniu hoje em Brasília; presidente Rui Falcão pediu a dirigentes que aguardem entrevista do ministro
Diante do agravamento da crise que cerca o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, o comando do PT optou por não fazer uma defesa formal do ministro. Reunida nesta quinta-feira em Brasília, a executiva nacional da legenda decidiu aguardar até que o ministro explique publicamente a multiplicação do seu patrimônio nos últimos anos antes de tomar qualquer tipo de medida institucional em relação ao caso.O clima da reunião não chegou a esquentar demais, segundo relataram ao iG participantes da conversa, mas houve alguns focos de tensão. O tema Palocci foi tratado rapidamente. Alguns dirigentes se queixaram do fato de o ministro ainda não ter esclarecido sua evolução patrimonial e disseram suspeitar do risco de surgirem novas denúncias.
Apesar das manifestações de alguns dirigentes, prevaleceu posição do presidente do PT, que pediu a dirigentes que aguardem esclarecimentos de Palocci
Na saída do evento, Falcão afirmou que o ministro dará “entrevista em breve” sobre o tema - a expectativa é de que ele fale a uma emissora de televisão e a um jornal de grande circulação até amanhã. O presidente do PT também lembrou as manifestações já feitas pelo ministro na Comissão de Ética Pública da Presidência da República e na Procuradoria-Geral da República.
“Ele enviou informações adicionais ao procurador-geral da República. Ele já havia enviado as primeiras, mas com as novas representações, ele enviou informações complementares. Ele nos disse também que, em data próxima, não precisou o dia, estará se manifestando na imprensa a respeito das suas consultorias”, disse Falcão. O presidente do PT disse que “pessoalmente” considera legais as atividades do ministro como consultor. Falcão ressaltou ainda que o “o governo deve conduzir a questão”.
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Ex-presidente do PT, o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) afirmou que o “PT não deve entrar no debate sobre a saída ou não de Palocci”. “O governo tem informações mais detalhadas para tomar decisões”, disse. “Há um sentido de coesão no partido. Somos solidários ao ministro”, completou Berzoini.
Cobranças
Antes de a executiva alinhar o discurso, alguns dirigentes não economizaram nas cobranças a Palocci. "Nós defendemos o conjunto do governo. Discutir o caso Palocci não interessa ao País", afirmou o secretário de Comunicação do PT, deputado federal André Vargas, em meio ao entra-e-sai de dirigentes durante a reunião. "Não cabe a nós ato de desagravo em relação a Palocci e não podemos opinar sobre coisas pessoais", acrescentou, ao ser questionado sobre a possibilidade de o partido produzir uma nota em defesa de Palocci. "O assunto Palocci é assunto do governo, não é assunto do PT", completou o secretário de Assuntos Institucionais, deputado Geraldo Magela (MG).
Nos bastidores, alguns petistas já defendem a saída do chefe da Casa Civil. Esse grupo, porém, alerta que não irá pressionar a presidenta Dilma Rousseff. Em reservado, são ventilados possíveis substitutos o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ou o chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que passou a figurar com mais frequência diante dos holofotes desde o início da crise. Aparecem na lista, embora com menos força, nomes como o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel.
*Com iG São Paulo e informações da Agência Estado
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