DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Após a Alemanha ter confirmado a 18ª morte pelas complicações causadas pela bactéria Escherichia coli (E. coli), as autoridades britânicas confirmaram sete casos no país e a Rússia anunciou um veto total à importação de vegetais crus de todos os países da União Europeia (UE), gerando revolta entre os europeus. De acordo com a Agência de Proteção da Saúde britânica (HPA, na sigla em inglês), dos sete infectados três são britânicos que viajaram recentemente à Alemanha e quatro são cidadãos alemães.
"Não foi relatado nenhum caso de infecção secundária no território britânico", acrescentou o governo, que ainda não sabe dizer quais produtos com possíveis focos de contaminação foram distribuídos no Reino Unido.
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Dos sete pacientes, três desenvolveram insuficiência renal potencialmente fatal, doença conhecida como síndrome hemolítica-urêmica. Os outro quatro apresentaram diarreia entero-hemorrágica.
"A HPA continua acompanhando a situação de perto e está trabalhando com as autoridades alemãs e com outras agências europeias para descobrir as causas do surto", afirmou a doutora Dilys Morgan, chefe do setor de infecções gastrointestinais e doenças zoonóticas do agência.
"Alertamos os profissionais de saúde sobre a situação e aconselhamos que eles investiguem e informem rapidamente sobre qualquer caso suspeito com um histórico de viagem à Alemanha", acrescentou.
O Reino Unido alerta aqueles que embarcam rumo à Alemanha para evitar o consumo de "tomates crus, pepinos e alface", em especialmente no norte do país, até segunda ordem.
RÚSSIA
Também nesta quinta-feira a Rússia anunciou um veto total à importação de vegetais crus de todos os países da UE, atitude considerada "desproporcional" pelo bloco, que deve exigir justificativas formais.
A Rússia já havia banido os vegetais da Alemanha e da Espanha por conta do surto no início desta semana, pelo qual as autoridades alemãs no início culparam os pepinos contaminados importados da Espanha antes de traçar o caminho do surto e se desculpar a Madri.
Gennady Onishchenko, chefe da agência de proteção do consumidor russa, a Rospotrebnadzor, disse que as mortes causadas pelo surto "demonstram que a tão elogiada legislação sanitária da Europa, que a Rússia está sendo exortada a adotar, não funciona", relatou a agência de notícias Interfax.
A nova proibição entra em vigor na manhã desta quinta-feira, disse ele, desencadeando o protesto imediato dos europeus.
"É desproporcional. A Comissão vai escrever às autoridades russas para pedir explicações. Isto representa entre três e quatro bilhões de euros de produtos europeus exportados por ano ", disse Frederic Vincent, porta-voz da área de Saúde da Comissão Europeia (CE), ao comentar a decisão de Moscou.
Reinhard Burger, chefe da agência alemã de controle de doenças Robert Koch Institute (RKI), admitiu que a fonte exata do surto da doença pode nunca ser encontrada.
"Ainda não há indicação de uma fonte definível", afirmou Burger a um comitê parlamentar na quarta-feira, acrescentando ser muito cedo para dizer que se chegou a um patamar de novos casos.
CONTAMINAÇÕES E CAUSA
O surto já deixou 17 mortos nas últimas semanas na Alemanha e uma na Suécia. A bactéria deixou ainda mais de 1.500 infectados em vários países, incluindo 470 que desenvolveram uma rara complicação renal. Quase todas as pessoas infectadas vivem ou estiveram recentemente na Alemanha --como os dois casos de contaminação registrados nesta quarta-feira nos EUA.
O surto já é considerado o terceiro maior envolvendo E. coli na história recente e pode ser o mais fatal. Em 1996, 12 pessoas morreram em um surto no Japão que infectou mais de 12 mil. Em 2000, sete morreram em um surto no Canadá.
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A agência europeia de segurança alimentar anunciou nesta quinta-feira ter identificado a cepa da bactéria letal E.coli e reiterou que a bactéria mortal se propagou através de alimentos contaminados na Alemanha.
Mais cedo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou que a variedade da E.coli que causou o surto na Europa é uma bactéria nunca antes vista.
"Esta é uma variedade única que nunca foi isolada em pacientes", disse Hilde Kruse, especialista em segurança alimentar da OMS. "[Esta variedade] tem várias características que a tornam mais virulenta e com maior capacidade de produzir toxinas".
colaborador - J. Batista
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