Valter Campanato/ABr
Abalroada
por uma notícia levada às páginas de ‘Veja’, Dilma Rousseff mandou ao
meio-fio quatro integrantes da cúpula do Ministério dos Transportes.
Comanda a pasta o ministro Alfredo Nascimento, presidente do PR. Segundo a revista, a legenda montou um esquema de corrupção.
Em
troca de propinas de 4%, ajeitam-se licitações superfaturadas e
aditivos de contratos firmados com empresas que tocam obras de estradas e
ferrovias.
Encabeçariam
os malfeitos, segundo Veja, o próprio ministro e o deputado Valdemar
Costa Neto (PR-SP). O mesmo que, em 2005, fora pilhado no mensalão.
Foram afastados quatro servidores apontados como operadores do esquema: Mauro Barbosa da Silva, chefe de gabinete do ministro…
…Luís
Tito Bonvini, assessor do gabinete do ministro; Luís Antônio Pagot,
diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes)…
…E José Francisco das Neves, diretor-presidente da estatal Valec - Engenharia, Construções e Ferrovias SA.
Preservou-se, por ora, a cabeça do ministro Nascimento. Ele nega participação na encrenca que escorria sob seu nariz.
Dilma
não ignorava que algo de muito estranho sucedida no Ministério dos
Transportes. Ela havia discutido o tema em reunião do dia 24 de junho.
Deu-se
no Planalto. Participaram, além de Dilma, os mandachuvas dos
Transportes e as ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Miriam
Belchior (Planejamento).
Dilma queixou-se dos sucessivos aumentos dos custos das obras em rodovias e ferrovias. “O Ministério dos Transportes está descontrolado”, disse.
“Vocês
ficam insuflando o valor das obras. Não há orçamento fiscal que resista
aos aumentos propostos pelo Ministério dos Transportes…”
“…Eu
teria de dobrar a carga tributária do país para dar conta”, acrescentou
a presidente, antes de anunciar uma espécie de intervenção na pasta.
“Vocês
precisam de babá. E terão três a partir de agora: a Miriam, a Gleisi e
eu”. Alfredo Nascimento não deu as caras na reunião. Alegou “problemas
pessoais”.
Fonte: Folha de São Paulo
Colaboração: J. Batista
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