O deputado Heitor Férrer (PDT) denunciou nesta quarta-feira, 21, na Assembleia Legislativa, que servidores públicos estaduais estão sendo prejudicados por causa dos empréstimos consignados. Segundo o parlamentar, a empresa Promus, de propriedade do empresário Luís Antonio Ribeiro Valadares, que é genro do secretário da Casa Civil, Arialdo Pinho, está monopolizando os créditos consignados, e embolsando 19% dos valores dos empréstimos, hoje em torno de R$ 50 milhões mensais. Ou seja, a cada mês, a Promus estaria embolsando montantes em torno de R$ 10 milhões.
O deputado explicou que a gestão dos empréstimos consignados passou a ser monopolizada por conta de decreto do Governo, ”uma verdadeira atrocidade”. Heitor frisou que por este dispositivo legal, o servidor ficou impedido de escolher o banco e as taxas, ficando preso aos contratos agenciados pela Promus. “Só quem pode levar o pobre servidor para uma agência bancária, é a Promus”, avisou.
Segundo explicou o pedetista, os servidores acabam tendo um grande prejuízo porque só podem contrair empréstimos através do Bradesco ou da Caixa Econômica, que cobram 2,4% ao mês, ficando impedido de buscar taxas mais vantajosas no mercado, que estão em volta de 1,6% ao mês. “Hoje, qualquer empréstimo passa obrigatoriamente pela Promus, que foi sublocada pela ABC Administradora de Cartões S/A”, acentuou o deputado.
Heitor Férrer diz que teria sido criado um sistema milionário, para satisfazer aliados e colaboradores do Governo, por meio de tráfico de influência. “Estão tirando do servidor público para favorecer pessoas ligadas a Arialdo Pinho”, avisou.
O deputado observou ainda que para aumentar os lucros da Promus, o Governo ampliou a faixa de endividamento dos servidores, de 30% para 40%. “Hoje vive nababescamente o genro de Arialdo Pinho, Luís Antonio Ribeiro Valadares, que é o proprietário da Promus e faz toda a intermediação dos empréstimos de 120 mil servidores públicos”.
Heitor Férrer explicou que já levou a denúncia ao Ministério Público Estadual, Tribunal de Contas do Estado, Banco Central e Tribunal de Contas da União. Ele considera o fato um crime contra o sistema financeiro nacional, já que gerou-se um monopólio. “O que está se praticando é algo nunca visto na história do Estado. É um negócio altamente seguro, não há erro”, disse. O pedetista pediu ainda que o Governo do Estado afaste o secretário da Casa Civil até o final das investigações.
Redação O POVO Online, com informações da Assembleia Legislativa
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