Perdemos na comparação com países vizinhos da América Latina. Saudamos as melhorias, mas é como comparar as três medalhas de ouro da última Olimpíada com a única medalha de ouro da Olimpíada de Helsinki, em 1952, e concluir que triplicamos o ouro.
Na comparação com a América Latina, estamos abaixo da média. E é bom que tenhamos uma avaliação assim, para que se saiba o quanto é preciso melhorar, já que é uma questão de sobrevivência, porque a educação está na raiz de tudo.
Felizmente temos ilhas de bons exemplos. Agora mesmo quatro estudantes brasileiros - da PUC-Rio e da Federal do Ceará - ganharam ouro em matemática no Certame Mundial na Bulgária. São difíceis resultados no país onde faltam bibliotecas e laboratórios nas escolas, onde pais pouco se interessam em participar, onde estudantes chegam à escola com fome, onde é preciso polícia na porta da escola.
E mais: terminou agora a greve dos professores estaduais na Bahia, que durou 115 dias; continua a greve dos professores universitários, com cerca de 80 dias. Salários e formação de professores do Fundamental e Médio deixam a desejar. E no Ideb, combinar aprovação com matemática e português é relativo, porque nem sempre a aprovação é por mérito e os piores alunos desistem.
Aliás, o mérito vem sendo superado por cotas. E os resultados de português e matemática se melhoraram, ainda estão baixos. Na Prova Brasil, em 500 pontos, a melhor nota do último ano do Fundamental, em Santa Catarina, é 255 em matemática e 244 em português. A pior, em Alagoas, 221 em matemática e 217 em português. Os resultados gerais estão abaixo da média. Ou seja, ainda são medíocres. Quando menos fizermos pela educação, mais distantes ficaremos do futuro.
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