Por - PEDRO LUIZ RODRIGUES - Diário do Poder.
Tenho a impressão, mais uma sensação do que uma certeza, de que a Presidente Dilma Rousseff está sendo cozinhada em fogo brando pelo próprio partido que supostamente lhe deveria assegurar sustentação, o dos Trabalhadores.
Ouço uma palavrinha aqui, escapada como por acidente; leio um artiguinho nas páginas amarelas de Veja, outro na Época; observo o comportamento dos parlamentares do PT, em número crescente cada vez mais altaneiros e independentes em relação ao que acha ou quer a Presidente.
Não se trata propriamente de uma fritura, de efeito rápido, geradora de queimaduras de terceiro grau, pois isso não é isso o que quer o PT. Como disse, trata-se mais de um cozimento, fogo constante mas de moderada intensidade.
Parece-me que o objetivo do PT, ou de boa parte dele, é o de descontruir a imagem da Presidente Dilma. Ir dissolvendo aquela imagem de competente e eficiente ela exibia quando assumiu o Governo.
O próprio Lula, na época, sabia o que estava fazendo. Como não sabê-lo, com sua inteligência aguda e profunda sensibilidade política. Não tinha dúvidas de que o temperamento de Dilma acabaria por deixar saudades da maneira Lula de governar.
O objetivo, me parece, é o descartar a alternativa Dilma da disputa eleitoral de 2014.
Mas para colocar quem como candidato? O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pareceria a resposta mais óbvia. Mas ele diz que não, de jeito nenhum.
O problema é que fora Lula não há nenhum candidato no PT que me pareça em condições de enfrentar a disputa. Lula sempre foi muito cauteloso, e com seu jeitão simpático e sorridente, nunca deixou nenhuma outra estrela de primeira grandeza despontar no céu partidário.
Pode-se argumentar de que quem teve cacife para eleger Dilma, uma técnica, pode eleger quem bem quiser.
O problema é que embora retenha fama, Lula já não é tão lá-lá quanto o era antes. A doença, o recuo tático, tudo isso diminuiu sua exposição na mídia e, portanto, sua visibilidade.
Alguns petistas adorariam ter o privilégio de receber a unção do grande líder, caso sua desistência de disputar fosse real. Mas nenhum dos que estão aí no mercado teriam vantagem nítida em enfrentar um candidato oposicionista novo, da fornada de Aécio Neves ou de Eduardo Campos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário