Se algum versículo nos Livros
Sagrados inseria, em seus enigmáticos cantos, frases como esta: ‘’, Disse
Jehová: Mandarei meu Filho para que se ponha à frente de Meu povo’’, era ele
interpretado, sem motivo de dúvida alguma, no sentido de que o Enviado de Deus
seria um glorioso príncipe, ante o qual se renderiam todos os reis e poderes da
Terra. Era simplesmente uma inspirada alusão a Moisés, que libertara os Hebreus
da escravidão do prepotente Egito dos Faraós,
em que, naquele tempo, eles gemiam, cativos.
Em algum dos diversos cativeiros e dispersões
que a raça havia sofrido vários sensitivos, profetas ou ascetas hebreus haviam
tomado conhecimento de uma estrofe apocalíptica na qual se fazia referência ao
Grande Ente que haveria de vir a ser chamado ‘’príncipe da paz’’. De igual modo,
aplicava-se ao presente outra alusão, recebia por um clarividente da antiga
Pérsia com relação a Chrisna. Ora, tudo isso reforçava, em muito, o sonho
daquele povo, no sentido de que o Messias deveria ser um rei poderoso que viesse
a dominar todos os soberanos do Orbe. Foi por esta razão que as grandes
esperanças dos hebreus em geral se erguiam sobre bases equivocadas.
Só os Essênios, desde os primeiros graus,
estavam isentos desse pensar equivocado, devido à instrução que recebiam, ano
após ano, nos Santuários da Fraternidade. Era por isto que eles se mantinham em
mudo recolhimento, conservando-se calados sempre que ouvissem aquele insensato
sonhar das turbas em geral.
Somente os Essênios sabiam que o Homem-Luz
apareceria sobre a Terra para dar o retoque final a Seu magnífico estandarte,
no qual Ele mesmo havia estampado, com Seu sangue divino de Mártir, o ideal da
Fraternidade, do Amor e da Paz que sonhara para Seus irmãos deste Planeta. Apenas eles sabiam que a humanidade terrestre
estava atingindo o limite de tolerância da Divina Lei que determina o
aniquilamento dos rebeldes incorrigíveis que, depois de milhares de séculos, não houverem
aprendido a amar seus semelhantes, nem ao menos o necessário para não causar-lhes
dano deliberadamente. Todos os guias de humanidades, os elevados Instrutores de Mundos, sabem e conhecem o terrível
processo da Eterna Lei, uma vez haja sido ultrapassado o vencimento do prazo, o
limite e a hora, após imensos períodos de impassível, serena e imperturbável
espera. Tão-só uma infinita torrente de Amor Divino podia transmudar o tremendo
cataclisma das almas embrutecidas no mal, das inteligências perturbadas pelo
crime, pelo ódio ou pela satisfação implacável do pecado. Apenas um fragmento,
uma centelha da Divindade, desprendendo-se do Grande Todo-Universal e descendo
para a miséria humana como uma estrela a um lodaçal, podia operar a estupenda transmutação
das formidáveis correntes de aniquilamento, prontas a se descarregarem sobre a
humanidade da Terra. E, com efeito, essa centelha da Divindade desprendeu-se da
sua Eterna Vestimenta de Luz para arrastar consigo, como um radiante fluxo, a
irresistível corrente do Amor Criador e Vivificador, pelo impulso do qual
surgem sistemas de planetas, miríades de sóis e de estrelas, milhares de
universos compostos de milhões de mundos.
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