HABITAÇÃO Levantamento aponta excesso de subsídios e inadimplência no 'Minha Casa, Minha Vida' Conclusão é que grande parte das famílias tende a pagar valores abaixo da sua capacidade.

Luciano Augusto jornalismo@cearanews7.com.br

Um estudo feito por pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), revela que a taxa de inadimplência chegou a 20% na faixa 1 que reúne famílias com renda de até R$ 1.600. O percentual é alto, especialmente porque essa faixa representa 40% das contratações do programa como um todo, informa a edição desta quarta-feira (4) do jornal Valor Econômico.

O levantamento foi feito através de coletas de informações junto à Caixa, principal intermediadora financeira do programa, e, em alguns casos, junto a outros órgãos como o Ministério das Cidades, gestor do programa.

Com relação ao calote, a conclusão é que grande parte das famílias tende a pagar valores abaixo da sua capacidade. Na faixa 1 do programa, as prestações ficam entre R$ 25 e R$ 80, mas há uma grande parte dos beneficiários inseridos na menor faixa.

Segundo o pesquisador Lauro Gonzalez, seria preciso ajustas as prestações nessa faixa do programa, levando-se em consideração que a capacidade de pagamento das famílias não é uniforme. "Hoje existe uma espécie de tabelamento na análise de crédito", diz. 

Essa característica do programa acaba por trazer uma necessidade de maior subsídio por parte do governo. Nessa faixa, com os valores de prestação reduzidos, o subsídio ultrapassa, em muitos casos, 95% do valor do imóvel, ou seja, as famílias custeiam apenas 5% da residência.

Na avaliação dos pesquisadores, esse nível dos subsídios é excessivo dentro da atual situação fiscal da União, especialmente quando a meta da nova equipe econômica é exatamente o ajuste das contas públicas.