O Ministério de Relações Exteriores autorizou a liberação do diplomata Eduardo Paes Saboia para trabalhar no Senado, após a esdrúxula suspensão de 20 dias do servidor público. Na sexta-feira (10), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), havia pedido a cessão de Saboia.
Ele virou inimigo da presidente Dilma Rousseff após salvar a vida do senador boliviano Roger Pinto Molina, ajudando-o a fugir para o Brasil. Perseguido covardemente por Evo Morales, Molina estava asilado na embaixada em La Paz havia 455 dias.
Dilma ficou ainda mais irritada quando o presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), convidou o diplomata para assessorá-lo, enquanto o governo virava as costas para o gesto nobre de Saboia, previsto na Constituição.
O ofício assinado pelo ministro interino Sérgio França Danese foi encaminhado ao presidente do Senado nesta segunda-feira. “Informo vossa excelência de que a portaria de cessão do servidor tramita neste órgão, para fins de publicação no Diário Oficial da União”, diz Danese.
Ex-presidente da Comissão de Relações Exteriores, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) considerou a punição “absurda e covarde”. Segundo ele, o gesto de Sabioa “foi absolutamente compatível com os princípios que devem mover nossa política externa: os direitos humanos e o asilo político.”
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