Blog Moisés Arruda - Sobral/CE/Facebook-moiseslinharesarruda : Servidores do IBGE rejeitam proposta de reajuste salarial Sem acordo, associação deve votar na semana que vem indicativo de greve

29 de jul. de 2015

Servidores do IBGE rejeitam proposta de reajuste salarial Sem acordo, associação deve votar na semana que vem indicativo de greve

O ASSIBGE-SN, sindicato que representa os servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), rejeitou a proposta de reajuste salarial de 21,3%, parcelado em quatro anos, apresentada nesta quarta-feira pelo Ministério do Planejamento, pasta à qual o órgão é ligado. Alegando não perceber avanços nesse tema nem nas discussões sobre o plano de carreira no instituto, a entidade da classe pretende votar a partir da próxima semana um indicativo de greve da categoria.

Desde a manhã desta quarta-feira, manifestações ocorreram em unidades do IBGE em seis estados. Segundo dados oficiais do órgão, 272 pessoas aderiram à paralisação convocada para esta quarta-feira, todas do quadro permanente. O número corresponde a 2,45% do total de funcionários do órgão (11.102 pessoas), tanto permanentes quanto temporários.

Do total, 112 servidores (5,22%) pararam nas unidades da administração central do instituto, todas localizadas no Rio de Janeiro. Nas unidades estaduais, as paralisações parciais ocorreram na Bahia (7,89% dos servidores), no Distrito Federal (4,78%), no Piauí (cerca de 40%), no Rio de Janeiro (2,67%), no Rio Grande do Sul (1,43%) e em Santa Catarina (1,77%), informou a assessoria de imprensa do IBGE. O sindicato ainda não divulgou seu balanço das atividades.

A reunião em Brasília seria a primeira a discutir especificamente o plano de carreira dos servidores do IBGE. O tema é classificado como prioritário para valorizar a carreira, que hoje perde trabalhadores para outras instituições públicas como Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que têm remunerações mais elevadas.

"Mas o governo fala que não vai debater reestruturação de carreira agora", relata Ana Magni, diretora da executiva nacional do ASSIBGE-SN que esteve na reunião de hoje. "Além disso, rejeitamos tudo o que foi apresentado, dada a falta de novidades", diz. A proposta do governo, segundo o sindicato, inclui reajuste de 21,3% nos salários, fatiado em quatro anos, recomposição de alguns benefícios e incorporação de bonificações para aposentados a partir de 2004.

"Não vemos outra possibilidade a não ser retomar o diálogo com a categoria sobre a intensificação do movimento", afirma Ana. "O próximo passo é levar à votação nas assembleias de base um indicativo de greve a partir da próxima semana", conta.

Entre maio e agosto do ano passado, funcionários do IBGE pararam por 79 dias. O movimento foi deflagrado após o órgão anunciar a suspensão das divulgações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, posteriormente retomada, e seguiu com as reivindicações trabalhistas apresentadas atualmente pelo sindicato. Por conta da paralisação, a coleta de pesquisas domiciliares como a própria Pnad Contínua e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) foram afetadas. Após o fim da greve, os servidores levaram cerca de quatro meses para colocar os trabalhos em dia.

Alguns servidores compensam até hoje o número de horas não trabalhadas à época da paralisação, o que é motivo de questionamentos. O sindicato pede à direção do IBGE que a reposição do trabalho seja dada como concluída. Além disso, a entidade solicita a reincorporação dos servidores temporários que não tiveram seus contratos renovados após a greve. O tema está sendo apreciado pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ).

A diretora do ASSIBGE-SN reconhece que há chances de essas medidas reduzirem a adesão a uma nova greve em 2015. "Isso sempre é um risco, mas precisamos tentar. Se nos mantivermos calados, não teremos avanços", defende Ana. Procurado, o IBGE não quis comentar a decisão do sindicato.

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