Da Agência Lusa
A Arábia Saudita anunciou hoje (3) o corte de relações diplomáticas com o Irã, na sequência da tensão gerada pela execução do clérigo xiita Nimr Baqer al-Nimr.
O anúncio foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, Adel al-Jubeir, como reação ao ataque da embaixada de Riade em Teerão por manifestantes que protestavam contra a morte de Al-Nimr, um dos 47 executados na Arábia Saudita no sábado.
Adel al-Jubeir anunciou também que todos os diplomatas iranianos presentes na Arábia Saudita terão de abandonar o reino sunita no prazo de 48 horas.
O ministro condenou igualmente “as ingerências negativas e agressivas do Irã nos assuntos árabes que frequentemente provocam danos e destruição”, referindo-se ao edifício da embaixada saudita em Teerã, que ficou parcialmente destruído, e ao consulado saudita atacado na cidade de Machhad (cidade no Nordeste do Irã).
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Os ataques às representações diplomáticas sauditas no Irã constituem “uma violação flagrante de todos os tratados internacionais”, declarou o ministro, acusando as autoridades iranianas de nada terem feito para os impedir.
As relações entre a Arábia Saudita sunita e o Irã xiita são tensas desde a revolução islâmica iraniana, em 1979.
As duas potências regionais estão muitas vezes em desacordo quanto aos meios para solucionar as crises no Médio Oriente e acusam-se mutuamente de procurar aumentar a sua influência regional. Os dois países tiveram relações diplomáticas cortadas entre 1987 e 1991 devido a confrontos sangrentos entre peregrinos iranianos e forças sauditas durante a peregrinação a Meca em 1987.
A nova crise foi desencadeada pela execução do líder religioso xiita Al-Nimr, de 56 anos. Mais 46 pessoas condenadas por “terrorismo” foram executadas no mesmo dia. É, segundo a Human Rights Watch, a “maior execução em massa” na Arábia Saudita desde 1980.
Matéria atualizada às 20h16 para acréscimo de informações
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