O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, rebateu nesta terça-feira, 6, os comentários do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que afirmou que os processos da Operação Lava Jato têm ritmo "mais lento" por serem conduzidos por um tribunal, e não pela justiça em primeiro grau.
"Eu acho que há morosidade nas investigações na PGR (Procuradoria-Geral da República). Curitiba é muito mais célere do que a PGR. Isso é evidente", disse Gilmar Mendes a jornalistas, referindo-se à atuação do juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato na primeira instância em Curitiba.
"Quantos inquéritos que estão abertos que não tiveram ainda denúncias oferecidas? Talvez centenas de inquéritos abertos, que estão no Supremo, mas quantas denúncias oferecidas? Portanto, a lentidão é da PGR", completou Gilmar Mendes.
Os comentários do ministro foram feitos depois de solenidade no Tribunal Superior Eleitoral de lacração dos sistemas que serão utilizados na urna eletrônica para a eleição de outubro.
"O tribunal não foi feito para formar processo, o tribunal foi feito para julgar recurso. Quando se inverte a lógica, fica mais lento mesmo", disse Janot. De acordo com o procurador-geral, isso acontece em "qualquer tribunal".
Perplexidade. Ao comentar o processo de impeachment de Dilma Rousseff, Gilmar Mendes disse que a decisão do Senado de fatiar a votação se insere num contexto de "perplexidade" e "insegurança".
"Acho que estamos vivendo realmente um momento difícil, de perplexidade, de insegurança, e esta decisão do Senado (de fatiar a votação), acredito que se coloque neste contexto. Eu estou confiante de que a ministra Cármen Lúcia (que assume a Presidência da Corte na próxima semana) vai representar uma luz neste momento que a gente está passando", afirmou o ministro.
Mais cedo, durante a sessão ordinária da Segunda Turma do STF, Gilmar Mendes disse que o Brasil passa por "momentos obscuros".
Dirigindo-se à ministra Cármen Lúcia, o ministro afirmou que "teremos o espírito liberto por saber que Vossa Excelência estará exercendo funções importantes para o direcionamento do País em momento de tanta tergiversação, de perplexidade e de um certo obscurantismo".
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