O juiz federal Sérgio Moro revogou às 12h20 desta quinta-feira (22) a prisão temporária do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, cinco horas após ele ser preso. O ex-ministro de Lula e Dilma pode ser solto a qualquer momento.
Mantega foi preso na operação Lava Jato nesta quinta, em um hospital de São Paulo, quando ia acompanhar a mulher em uma cirurgia. Ele é suspeito de pedir R$ 5 milhões ao empresário Eike Batista para pagamento de dívidas de campanha de 2010 para o PT. Os policiais federais prenderam Mantega fora do hospital e fizeram buscas e apreensões no apartamento da família.
Na decisão, Moro avalia que, solto, Mantega não deve atrapalhar as investigações e diz que não sabia que a mulher de Mantega estava no hospital para realizar a cirurgia.
“Sem embargo da gravidade dos fatos em apuração, noticiado que a prisão temporária foi efetivada na data de hoje quando o ex-Ministro acompanhava o cônjuge acometido de doença grave em cirurgia. Tal fato era desconhecido da autoridade policial, Ministério Público Federal e deste Juízo”, disse Moro.
Arquivo X
Mantega é investigado em dois contratos, no valor de R$ 6 milhões e R$ 7 milhões, em 2013, para pagar dívidas de campanha do PT e para repassar dinheiro a José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do governo Lula. Ele também é acusado de receber R$ 5 milhões de Eike Batista, por meio da empresa OSX, e outros R$ 2,5 milhões de agências de publicidade.
A Polícia Fderal cumpru mandados desde a madrugada, em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Distrito Federal. Foram 33 mandados de busca e apreensão, oito de prisão temporária e oito de condução coercitiva.
Também foram alvos desta fase executivos das empresas Mendes Júnior e OSX Construção Naval S.A., e representantes de empresas por elas utilizadas para o repasse de vantagens indevidas.
Esta 34ª fase da Lava Jato, foi batizada de Operação Arquivo X. Segundo a PF, nesta fase são investigados fatos relacionados à contratação pela Petrobras de empresas para a construção de duas plataformas para a exploração do petróleo na camada do pré-sal, que teriam se associado na forma de consórcio para obter contratos de construção das duas plataformas, mesmo sem “experiência, estrutura ou preparo”.
Ainda de acordo com os investigadores, verificou-se que, em 2012, Mantega teria atuado diretamente junto ao comando de uma das empresas para negociar o repasse de recursos para o pagamento de dívidas de campanha de partido político da situação. “Estes valores teriam como destino pessoas já investigadas na operação e que atuavam no marketing e propaganda de campanhas políticas do mesmo partido”, diz a PF.
O nome “Arquivo X” é referência a um dos grupos empresariais investigados, de Eike Batista, e que tem como marca a colocação e repetição do “X” nos nomes das pessoas jurídicas integrantes do seu conglomerado empresarial.
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