(Brasília-DF, 10/02/2017) Após a fala do deputado Darcísio Perondi(PMDB-RS) em defesa do Governo Temer, o ex-ministro e deputado Leônidas Cristino(PDT-CE) se irritou quando ele fez insinuações e críticas ao ex-ministro Ciro Gomes na condução da Transposição do São Francisco. Houve um intenso bate-bôca entre os dois, mas fora dos microfones do plenário Ulysses Guimarães. O deputado Manato(SD-ES), que comandava a sessão, pediu calma aos congressistas. Passado o episódio, o deputado Raimundo Matos(PSDB-CE), que foi presidente da Comissão Externa da Transposição do São Francisco fez uma fala expondo as dificuldades em se fiscalizar a obra polêmica, mas tida como fundamental para o Nordeste.
“Sr. Presidente, nós queremos usar esse espaço para fazer o diálogo entre o Deputado Leônidas Cristino e o Deputado Darcísio Perondi. Nós nordestinos estamos sofrendo com os problemas hídricos. É claro que há necessidade de dar celeridade às obras da transposição. “, disse, inicialmente.
Ele disse que o PT fez de tudo para atrapalhar as investigações parlamentares em torno da Transposição.
“Vale ressaltar que nos anos anteriores, inclusive quando o Deputado Henrique Eduardo Alves era Presidente desta Casa, o Deputado José Guimarães, nordestino e cearense, nunca designou os membros para compor aquela Comissão porque o PT não se dignava a indicar os nomes para fazer parte daquela Comissão. Foi necessário que o ex-Presidente Eduardo Cunha determinasse que se não fosse feita a composição ele deliberaria sobre o assunto.”, salientou.
Depois ele disse que o Governo de Camilo Santana, petista, não pode culpar o Governo Temer por atraso na Transposição e obras hídricas. Ele coloca na conta da Lava Jato.
“Portanto, é inadmissível o ex-Governador do Ceará, que é do PT, afirmar que se faltar água no Ceará a culpa é do Presidente Temer e que ele não se responsabiliza por isso.
Ora, isso é jogar com a consciência e a inteligência do povo cearense e do povo brasileiro. Se a transposição não chegou — está a Lava-Jato lá dentro —, esse trecho no Ceará parou por causa da Lava-Jato.”, finalizou
Veja a íntegra da fala:
O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (Bloco/PSDB-CE. (Bloco/PSDB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nós queremos usar esse espaço para fazer o diálogo entre o Deputado Leônidas Cristino e o Deputado Darcísio Perondi. Nós nordestinos estamos sofrendo com os problemas hídricos. É claro que há necessidade de dar celeridade às obras da transposição.
Agora, nós também não podemos fazer o jogo político que alguns querem fazer. Nós coordenamos uma Comissão Externa oficializada pelo ex-Presidente Eduardo Cunha para acompanhar as obras da transposição. Nós presidimos esta Comissão, cujo Relator é o Deputado Rômulo Gouveia. Estamos há 2 anos acompanhando, visitando as obras, analisando os aspectos financeiros e todos os trabalhos desenvolvidos nesse período.
Vale ressaltar que nos anos anteriores, inclusive quando o Deputado Henrique Eduardo Alves era Presidente desta Casa, o Deputado José Guimarães, nordestino e cearense, nunca designou os membros para compor aquela Comissão porque o PT não se dignava a indicar os nomes para fazer parte daquela Comissão. Foi necessário que o ex-Presidente Eduardo Cunha determinasse que se não fosse feita a composição ele deliberaria sobre o assunto.
Portanto, é inadmissível o ex-Governador do Ceará, que é do PT, afirmar que se faltar água no Ceará a culpa é do Presidente Temer e que ele não se responsabiliza por isso.
Ora, isso é jogar com a consciência e a inteligência do povo cearense e do povo brasileiro. Se a transposição não chegou — está a Lava-Jato lá dentro —, esse trecho no Ceará parou por causa da Lava-Jato.
Eu me recordo muito bem — está aqui o Deputado Chico Lopes, que também faz parte da Comissão — quantos debates foram feitos. Na época das eleições, em Jati, havia um terceiro turno de trabalho nas obras. Quando foi eleita a Presidente Dilma, o terceiro turno desapareceu. Havia 3 mil ou 4 mil funcionários.
Nós precisamos, sim, dar celeridade, mas fazer a dispensa de licitação é uma prerrogativa do Ministro. Não é todo ministro que vai assinar uma dispensa de licitação se o Estado não está em estado de emergência, se o Tribunal de Contas não reconheceu.
O Batalhão de Engenharia de Construção do Exército Brasileiro esteve presente na nossa Comissão e se colocou à disposição para dar celeridade a essas obras.
É inadmissível querer culpar o atual Ministro e o Presidente da República se faltar água no Estado do Ceará. Há 12 anos várias obras... O Presidente Lula e a ex-Presidente Dilma foram ao Estado e anunciaram quando a obra chegaria — eu tenho todo o histórico. Diziam que, no ano de 2012, a água chegaria. O mesmo ocorreu em relação àTransnordestina. Cid Gomes, Ministro, Presidente, todos andaram de trem num trechinho da Transnordestina em Salgueiro, e está aí a Transnordestina.
Nós precisamos, sim, ter serenidade, e não agressividade, em relação aos fatos.
Precisamos falar com transparência e assegurar, acima de tudo, que haja, sim, essa sensibilidade.
Quando Helder Barbalho assumiu o Ministério da Integração Nacional, no Governo do Presidente Temer, ele pagou um passivo de mais de 150 milhões de reais às construtoras e autorizou um aditivo de 23% para dar celeridade a essas obras.
Agora, não se pode em 3 ou 4 meses resolver um problema que há 12 anos vem se estendendo. O que nós precisamos entender é que, acima de tudo, o processo licitatório foi feito e até sexta-feira, amanhã, nós conheceremos a empresa vencedora.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Eu é que agradeço, nobre Deputado.
( da redação com informações da taquigrafia da Câmara. Edição: Genésio Araújo Jr)
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