O delegado Marcelo Martins, atual Diretor Geral de Polícia Especializada, e o ex-secretário da Seap na gestão do ex-governador Sérgio Cabral, o coronel César Rubens Monteiro de Carvalho, foram presos na manhã desta terça (13) em um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Os agentes cumprem ainda outros 12 mandados de prisão.
Os dois são suspeitos de entregar um esquema que de superfaturamento e fraude no fornecimento de pão para presídios do estado. O desvio somaria R$ 73 milhões. Um contrato não mais vigente envolvia o funcionamento de uma padaria dentro do presídio de Bangu.
A Iniciativa Primus instalou máquinas para a fabricação de pães dentro do complexo, usou mão-de-obra, energia elétrica, água e ingredientes fornecidos pelo estado. No final, o estado ainda pagava pelos pães produzidos, ou seja, o serviço era pago duas vezes.
Ainda segundo as investigações, não há como provar que os presos trabalharam na padaria. Não foi encontrada a folha de presença dos detentos. Além disso, o fornecimento dos ingredientes era feito a partir de um outro contrato, com o valor ainda mais elevado.
O delegado, que à época do esquema não ocupava o cargo de diretor das delegacias especializadas, recebia mesada no esquema. Segundo as investigações, o pai do delegado também receberia vantagens por ser sócio da casa de câmbio em que o grupo criminoso lavava o dinheiro.
Enquanto era secretário da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), o coronel César Rubens Monteiro de Carvalho aumentou o patrimônio em dez vezes. O empresário Felipe Paiva, sócio oculto da Iniciativa Primus, também é alvo de mandado. De 2001 a 2015, ele forneceu pão para o governo por meio da empresa que tinha contrato com o governo antes da Iniciativa Primus.
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