Ao contrário do que afirmou em nota na véspera, o empresário Raimundo Morais Filho afirma que tinha intenção de colaborar com investigações sobre desvios de verbas federais em prefeituras. Ele, contudo, não cita Cid Gomes
Ítalo Coriolano
coriolano@opovo.com.br24/09/2010 02:00
coriolano@opovo.com.br24/09/2010 02:00
Um vídeo divulgado anteontem pelo site da revista Época deixa ainda mais nebuloso o suposto esquema de desvios de verbas públicas envolvendo o governador Cid Gomes e seu irmão, o deputado Ciro Gomes, ambos do PSB. Na gravação, o empresário Raimundo Morais Filho, pivô do escândalo, negocia com advogados a melhor forma de revelar como seriam desviados recursos de prefeituras cearenses para suas empresas.
A intenção inicial era revelar detalhes do caso, mas depois o empresário muda de ideia, argumentando que o material precisa ser “um negócio bem feito”. “Eu já estou com o pescoço cortado (...), estou preparado para qualquer coisa. Se for pra gravar, vamos pra gravar bem bonitinho”, afirma.
Munido ainda de documentos, Moraisinho – como é conhecido – queria negociar acordo de delação premiada com a Polícia Federal e com o Ministério Público. No papel de réu colaborador, ele poderia ter sua pena diminuída. “O Morais, nesse momento, é o vilão. Na hora que o Morais fizer a delação premiada e for réu colaborador, vai ser uma espécie de vítima, abater a pena em até um terço”, afirma um advogado que o empresário chama, no vídeo, de Paulo - e que O POVO confirmou ser Paulo Goyaz, que depois deixou a causa e agora trabalha para a coligação “Para fazer brilhar o Ceará”, liderada por Lúcio Alcântara (PR). O próprio advogado confirmou a informação, mas nega ter divulgado o vídeo.
O trecho contradiz nota divulgada na quarta-feira pelo empresário, em que ele afirma que “não redigiu minucioso relato sobre crimes”. Na gravação, ele diz que buscava subsídios para elaborar tal documento. O vídeo, entretanto, não faz nenhuma referência a Cid. Mas destaca que os recursos do esquema de corrupção vinham do Ministério da Integração Nacional, na época em que Ciro comandava a pasta, e que o deputado Zezinho Albuquerque (PSB) participaria dos desvios - o que é dito não por Morais, mas por Paulo Goyaz. O empresário aparece concordando com o que ele falava.
Goyaz conta que, apesar de Morais optar por fazer a gravação final posteriormente, o conteúdo do vídeo disponível na Internet foi feito com a sua permissão. “Ele fez algumas cópias como garantia”, diz, destacando que Morais temia retaliações. O advogado não quis emitir juízo de valor sobre o vídeo. Informou ainda que foi advogado do empresário até julho, quando ele o trocou por Paulo Quezado. “Mas se ele precisar de mim, ainda estou à disposição”, destaca.
NAVEGUE
Veja o vídeo no qual empresário fala sobre suposto esquema de corrupção envolvendo Ministério da Integração Nacional e prefeituras cearenses
www.youtube.com/watch?v=GR4ZMKTDoAM& feature= player_embeddeda
ENTENDA O CASO
18 DE SETEMBRO
A revista Veja publica reportagem em que acusa o governador Cid Gomes e seu irmão, o deputado federal Ciro Gomes, de integrar um esquema de desvios de verbas federais. teriam, no total, R$ 300 milhões. Parte desse valor teria ficado com o empresário Raimundo Morais Filho, e outra teria alimentado um caixa 2 para a eleição de Cid governador e Ciro deputado.
20 DE SETEMBRO
O POVO publica nota do Ministério Público Estadual em que a Procuradoria de Justiça dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap) isenta autoridades federais e estaduais de participarem do esquema.
21 DE SETEMBRO
A Polícia Federal nega participação de Cid e Ciro no esquema de corrupção.
22 DE SETEMBRO
Raimundo Morais envia nota à imprensa negando ter feito minucioso relatório e troca de delação premiada
Fonte - Opovo Online.
A intenção inicial era revelar detalhes do caso, mas depois o empresário muda de ideia, argumentando que o material precisa ser “um negócio bem feito”. “Eu já estou com o pescoço cortado (...), estou preparado para qualquer coisa. Se for pra gravar, vamos pra gravar bem bonitinho”, afirma.
Munido ainda de documentos, Moraisinho – como é conhecido – queria negociar acordo de delação premiada com a Polícia Federal e com o Ministério Público. No papel de réu colaborador, ele poderia ter sua pena diminuída. “O Morais, nesse momento, é o vilão. Na hora que o Morais fizer a delação premiada e for réu colaborador, vai ser uma espécie de vítima, abater a pena em até um terço”, afirma um advogado que o empresário chama, no vídeo, de Paulo - e que O POVO confirmou ser Paulo Goyaz, que depois deixou a causa e agora trabalha para a coligação “Para fazer brilhar o Ceará”, liderada por Lúcio Alcântara (PR). O próprio advogado confirmou a informação, mas nega ter divulgado o vídeo.
O trecho contradiz nota divulgada na quarta-feira pelo empresário, em que ele afirma que “não redigiu minucioso relato sobre crimes”. Na gravação, ele diz que buscava subsídios para elaborar tal documento. O vídeo, entretanto, não faz nenhuma referência a Cid. Mas destaca que os recursos do esquema de corrupção vinham do Ministério da Integração Nacional, na época em que Ciro comandava a pasta, e que o deputado Zezinho Albuquerque (PSB) participaria dos desvios - o que é dito não por Morais, mas por Paulo Goyaz. O empresário aparece concordando com o que ele falava.
Goyaz conta que, apesar de Morais optar por fazer a gravação final posteriormente, o conteúdo do vídeo disponível na Internet foi feito com a sua permissão. “Ele fez algumas cópias como garantia”, diz, destacando que Morais temia retaliações. O advogado não quis emitir juízo de valor sobre o vídeo. Informou ainda que foi advogado do empresário até julho, quando ele o trocou por Paulo Quezado. “Mas se ele precisar de mim, ainda estou à disposição”, destaca.
NAVEGUE
Veja o vídeo no qual empresário fala sobre suposto esquema de corrupção envolvendo Ministério da Integração Nacional e prefeituras cearenses
www.youtube.com/watch?v=GR4ZMKTDoAM& feature= player_embeddeda
ENTENDA O CASO
18 DE SETEMBRO
A revista Veja publica reportagem em que acusa o governador Cid Gomes e seu irmão, o deputado federal Ciro Gomes, de integrar um esquema de desvios de verbas federais. teriam, no total, R$ 300 milhões. Parte desse valor teria ficado com o empresário Raimundo Morais Filho, e outra teria alimentado um caixa 2 para a eleição de Cid governador e Ciro deputado.
20 DE SETEMBRO
O POVO publica nota do Ministério Público Estadual em que a Procuradoria de Justiça dos Crimes Contra a Administração Pública (Procap) isenta autoridades federais e estaduais de participarem do esquema.
21 DE SETEMBRO
A Polícia Federal nega participação de Cid e Ciro no esquema de corrupção.
22 DE SETEMBRO
Raimundo Morais envia nota à imprensa negando ter feito minucioso relatório e troca de delação premiada
Fonte - Opovo Online.
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