Ágeis e mais econômicos que sondas e satélites, os balões com telescópios começam a ser usados pela Nasa
O BALÃO SUNRISE Com a missão de estudar o Sol, ele sobrevoará o Polo Norte a uma altitude de 40 quilômetros
Naves, satélites, sondas. Nada disso. Os novos exploradores do espaço serão mais leves. E bem mais baratos. A Agência Espacial Americana (Nasa) lançou na semana passada um de seus mais modernos observatórios, o Sunrise, um gigantesco balão a sustentar um telescópio da mais alta precisão. O artefato sobrevoará o Polo Norte em missão bastante especial: estudar o Sol.Os astrônomos dos EUA esperam obter com ele respostas para algumas questões que nos últimos tempos se tornaram o centro de suas pesquisas: a ampliação do conhecimento sobre as chamadas manchas solares, os campos magnéticos e as explosões de massa coronal - ou seja, fenômenos naturais responsáveis por mudanças climáticas na Terra, inclusive a destruição da camada de ozônio.
Por que o Polo Norte? O balão sobrevoará a região porque nessa época do ano não há noite nesse ponto do planeta. Estima-se que, operando a uma altitude de 40 quilômetros e movimentando-se apenas horizontalmente, o novo instrumento consiga captar até dois milhões de imagens em alta resolução. O balão se inflará aos poucos e, quando atingir as suas dimensões máximas, terá tamanho suficiente para acolher aproximadamente um milhão de metros cúbicos de gás hélio. A favor desse observatório conta a sua capacidade de execução de tarefa científica com agilidade (seu peso é de duas toneladas), mas ressalta-se também um aspecto consideravelmente importante nesses tempos de crise e contenção financeira na Nasa - o custo. Uma missão semelhante gastaria não menos que US$ 500 milhões, enquanto o Sunrise não precisou que se investisse nele além de US$ 80 milhões. Mais: por flutuarem a quilômetros de altitude em relativa calmaria, esses balões especiais, somente agora construídos com êxito após uma década de tentativas, tornam-se os melhores veículos para transportar observatórios. Há, no entanto, uma questão ainda não solucionada por completo. Trata-se de seu controle, ou seja, eles ficam relativamente à mercê de condições atmosféricas - mas, com o avanço da tecnologia, se fazem, aos poucos, opção viável no estudo do cosmos. Em fevereiro, por exemplo, um balão da Nasa bateu o recorde de tempo de voo: mais de dois meses com uma oscilação de altitude de apenas 700 metros. O diretor do Programa de Balões, David Pierce, classificou a conquista como um "voo soberbo".
Astrofísica da Nasa. A agência americana reiterou na semana passada que prossegue o projeto de sua utilização na exploração de Marte. Eles podem ser mais eficientes do que as sondas de superfície, já que conseguem alcançar lugares inacessíveis e "olham" a atmosfera em diversas altitudes. Prova dessa nova tendência na conquista espacial é que foi encomendada às empresas Aurora Flight Sciences e Vertigo Inc. a criação de um lançador de balões, compacto o suficiente para que possa ser transportado com segurança. As viagens, afinal, serão cada vez mais longas. Também a lua Titã, de Saturno, já foi incluída no destino dos balões.
Fonte -- ISTO É Independente
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