Blog Moisés Arruda - Sobral/CE/Facebook-moiseslinharesarruda : A ilha misteriosa da França.

10 de jan. de 2011

A ilha misteriosa da França.

Ambiente  - Reportagem I
A ilha misteriosa da França
Uma pequena ilha que surgiu no litoral sudoeste da França após a passagem de um ciclone, em 2009, tem movimentado cientistas e ambientalistas: ela representa a rara oportunidade de estudar como os seres vivos colonizam novas terras
Eduardo Araia

Xavier Leoty/AFP
Esta foto de 16 de outubro de 2009 mostra uma vegetação rasteira ocupando um trecho da ilha surgida no início daquele ano na foz do Rio Gironde, no litoral oeste da França, a 2,5 quilômetros do farol de Cordouan. Antes da passagem do ciclone Xynthia, neste ano, registrou-se a presença de 12 espécies de plantas e de 30 invertebrados naquele pedaço de terra.

Na madrugada de 23 de janeiro de 2009, o mais poderoso ciclone a atingir a França em uma década, o Klaus, tocou o solo do país no estuário do Rio Gironde, perto da cidade de Bordeaux, no litoral atlântico. Com ventos de até 200 km/h, ele deixou um rastro de destruição no seu caminho para o sudeste da Espanha e a Itália: 26 pessoas mortas, florestas devastadas, linhas de energia rompidas e edifícios e estradas seriamente danificados.
Curiosamente, dessa vez a fúria da natureza não deixou apenas morte e ruínas. Cerca de 11 quilômetros mar adentro a partir do estuário, surgiu uma ilha em meio às águas revoltas. Com a maré alta, sua extensão era de 40 mil metros quadrados; na maré baixa, ela chegava a 100 mil metros quadrados (0,1 km2). Mas não desapareceu, e sua presença constante fez o povo de Royan, um pequeno porto pesqueiro na foz do Gironde (no qual o presidente francês, Nicolas Sarkozy, passava suas férias de verão na infância), apelidá-la de “Ilha Misteriosa”, numa referência ao romance homônimo do mestre da ficção Júlio Verne.

Depois de resistir a um ciclone, o novo acidente geográfico tende a crescer, na opinião de geólogos e naturalistas

O novo pedaço de terra surgiu perto de onde havia outra ilha, Cordouan, que abrigava a Torre do Príncipe Negro, erguida pelos ingleses durante a Guerra dos Cem Anos. Ocupada desde os tempos dos romanos, Cordouan foi desaparecendo à medida que o calcário que a constituía sofria erosão, até sumir sob as ondas, no final da Idade Média. Em substituição à torre, a França ergueu o farol de Cordouan, concluído em 1611 e que hoje é o mais antigo do país.
Xavier Leoty/AFP
Acima, visitantes caminham na ilha, com o farol mais antigo da França ao fundo. Abaixo, amostra do resultado da presença humana no local.
Xavier Leoty/AFP

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