Sabesp diz que era inevitável abrir comportas de represa de Franco da Rocha (SP).

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

A Sabesp admitiu nesta quarta-feira que, ao abrir as comportas da represa Paiva Castro, ajudou na permanência das cheias em Franco da Rocha, já que as chuvas já tinham acabado e o rio Juqueri continuou recebendo uma vazão alta de água.
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Eduardo Anizelli/Folhapress

Chuva alaga o centro do município de Franco da Rocha

Mas diz que foi uma ação inevitável, para proteger a barragem e evitar seu rompimento. E que a enchente aconteceu antes de as comportas terem sido abertas, por causa de uma chuva torrencial --nesse caso, a represa até ajudou a minimizar o estrago, ao segurar 145,6 metros cúbicos de água.
O problema começou na madrugada de segunda para terça, quando a capacidade da represa saltou de 45% para perigosos 97%.
Na manhã de terça, antes das 9h, a Sabesp entrou em contato com a Defesa Civil local para avisar que teria que aumentar o despejo de água da barragem no rio, em 15 metros cúbicos por segundo. No fim do dia, a vazão já tinha passado para 80 metros cúbicos.
Segundo o órgão, essa foi a pior chuva na bacia do Juqueri desde 1987, ano em que tiveram que deixar as comportas abertas a uma vazão média de 75 metros cúbicos por segundo por dia, durante quatro dias.
O normal é liberarem apenas 1 metro cúbico por segundo e são autorizados pelos órgãos reguladores a chegar até a dez vezes mais, em situações normais, mas podem extrapolar em casos de alto risco como o desta semana.
A Sabesp disse que às 21h vai reduzir a vazão de 50 para 20 metros cúbicos e monitorar o rio durante a madrugada. Se não chover forte de novo e a vazão continuar reduzindo, durante a manhã vai passar para 10 metros cúbicos.
DECRETO
A Prefeitura de Franco da Rocha decretou situação de emergência hoje após parte da cidade ficar alagada em decorrência das chuvas dos últimos dias.
À noite, ruas centrais da cidade permaneciamm alagadas. Permaneciam ilhadas a prefeitura, o fórum, a delegacia de polícia e a Câmara dos vereadores.
A prefeitura montou um gabinete provisório em uma escola, na rua Azevedo Soares.
Não há registro de feridos ou desabrigados. As 35 pessoas que tiveram de deixar suas casas por causa da enchente estão alojadas com parentes ou em uma escola municipal, que serve de abrigo.
A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) informou que, por causa dos alagamentos, a circulação de trens foi interrompida no trecho entre Caieiras e Franco da Rocha, na Linha 7-Rubi, que liga a estação da Luz à Estação Morato Coelho. Foi acionado o Plano Paese, de oferta gratuita de transporte com ônibus, mas, na região central, os veículos também não conseguem rodar.

	Luciano Ferraz Mendes/Leitor
	Após alagamentos, cidade de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, decreta situação de emergência