Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília
- O Senado terá uma semana intensa, apesar de o líder do governo,
Romero Jucá (PMDB-RR), já ter avisado que o projeto do salário mínimo
será a única votação relevante que deverá acontecer na Casa. Governo e
base aliada deverão estar concentrados para a aprovação da matéria, cuja
votação está prevista para quarta-feira (23).
Amanhã (21) pela
manhã, os líderes dos partidos da base aliada terão um encontro com a
presidenta Dilma Rousseff para a reunião do Conselho Político, quando os
discursos devem ser afinados sobre a votação de quarta-feira. Com
poucos dissidentes no Senado, o governo espera aprovar o novo valor do
salário mínimo, de R$ 545, com ampla margem de votos e sem emendas que
obriguem o texto a voltar para a Câmara.
Para o governo, também é
importante contar com a coesão dos aliados para impedir que a oposição
derrube o Artigo 3º do projeto de lei, que prevê que o governo poderá
reajustar o mínimo por decreto até 2015, de acordo com as regras da
Política Permanente de Valorização do Salário Mínimo. Além dos
oposicionistas, dentro da base aliada, o governo já conta com um voto
contrário ao artigo, anunciado pelo senado Roberto Requião (PMDB-PR).
Ele avisou que considera o assunto inconstitucional e que votará a favor
de emendas que ampliem o valor do mínimo para R$ 560.
Ainda
dentro da base, Dilma também já encontra resistência ao valor de R$ 545.
O senador Paulo Paim (PT-RS) anunciou na semana passada que irá propor
uma emenda para antecipar R$ 15 do reajuste que seria feito no próximo
ano, atendendo assim à proposta das Centrais Sindicais que pedem um
mínimo de R$ 560.
Para tentar conter os dissidentes, o líder do
PT, Humberto Costa (PE), fará uma reunião com a própria bancada, e os
senadores do seu bloco – PRB, PR, PSB, PDT e PCdoB – ,na próxima
terça-feira (22). Costa avisou que irá cobrar “reciprocidade” dos
senadores aliados e que irá trabalhar para derrubar todas as emendas que
forem apresentadas. No mesmo dia, os ministros da Fazenda, Guido
Mantega, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto
Carvalho, estão convidados a comparecer ao Senado para esclarecer a
política do salário mínimo.
A votação do mínimo não será o único
evento importante que marcará a semana no Senado. A partir de
terça-feira, começarão a ser instaladas as comissões permanentes – até
agora apenas a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) está
funcionando. A expectativa é que a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE)
comece os trabalhos sabatinando dois diretores indicados para o Banco
Central: Altamir Lopes, para a diretoria de Administração, e Sidnei
Corrêa Marques, para a diretoria de Liquidações e Controle de Operações
de Crédito Rural. Ainda na terça os dois poderão ser votados na comissão
e no plenário do Senado.
A expectativa é de que, também, seja
instalada a Comissão de Educação no começo da semana. Na quarta-feira
pela manhã, a CCJ vota em caráter terminativo projeto de lei que
permitirá a contratação de 1.014 servidores públicos, sendo 514 peritos
médicos para o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e 500
funcionários para cargos em comissão e outras funções que não necessitam
de concurso.
As comissões de Ciência e Tecnologia; de Assuntos
Sociais; de Infraestrutura; de Direitos Humanos; de Turismo; de
Desenvolvimento Regional; e de Meio Ambiente, Controle e Fiscalização
também devem ser instaladas a partir de terça-feira, conforme os dias
tradicionais de suas reuniões semanais.
Edição: Aécio Amado
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