Blog Moisés Arruda - Sobral/CE/Facebook-moiseslinharesarruda : Conflito Cid-Eduardo Campos no PSB tem novo capítulo

10 de mar. de 2011

Conflito Cid-Eduardo Campos no PSB tem novo capítulo

Maioria dos deputados federais do PSB é a favor da entrada de Kassab
Por: Antonio Oliveira
A queda de braços dentro do PSB, entre os governadores do Ceará, Cid Gomes, e de Pernambuco, Eduardo Campos, novos capítulos. Articulador e defensor da entrada do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), na sigla socialista, Eduardo Campos conta mais uma vitória: um levantamento feito pelo Jornal Folha de São Paulo mostra que, dos 32 deputados federais consultados, 29 são favoráveis ao ingresso de Kassab.
Ligado ao Governador Cid Gomes, o deputado federal Ariosto Holanda é um dos que não estendem o tapete vermelho para receber o prefeito paulista no PSB. Ariosto classificou o quadro partidário brasileiro - diante da manobra construída para Gilberto Kassab desembarcar no PSB, como geléia geral. Mesma opinião, compartilham os deputados federais Gabriel Chalita e Luiza Erundina.
A entrada de Kassab no PSB é uma estratégia construída pelo governador de Pernambuco que tenta ampliar os espaços da sigla nas Regiões Sul e Sudeste. Kassab é pré-candidato ao Governo do São Paulo nas eleições de 2014. Os cálculos dos aliados de Eduardo Campos é que, com a chegada de Kassab, o PSB ganhe, pelo menos, 15 novos deputados federais, além de deputados estaduais e prefeitos.
Com essa caminhada, Eduardo Campos se fortalece dentro do PSB, fragiliza os espaços dos irmãos Ciro e Cid Gomes, que desde o resultado das eleições do ano passado enfrentam contratempos dentro do partido com o colega pernambucano. A chegada de Kassab, que, ainda, poderá ingressar no PDB (Partido da Democracia Brasileira), para, em seguida, se filiar ao PSB - tentando, assim, driblar a legislação partidária, deixa Cid Gomes com menos espaços na sigla socialista. O Jornal Folha de São Paulo, edição desta quinta-feira, mostra, esse cenário no PSB. Leia abaixo trechos dessa reportagem.

A maioria dos deputados e senadores do PSB apoia a fusão do partido com a nova sigla que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, planeja criar para sair do DEM e trocar de partido sem ser punido pela Justiça Eleitoral.
A Folha ouviu 32 dos 34 congressistas da sigla, e 29 deles defenderam a formalização da união rapidamente ou manifestaram simpatia pela ideia. Apenas três se disseram contrários.
O principal argumento dos que são favoráveis à fusão é que a manobra fortalecerá o PSB e dará mais condições para que o presidente nacional da sigla, o governador Eduardo Campos (PE), amplie sua influência na coalizão que sustenta o governo Dilma Rousseff (PT).
"É muito importante a vinda dele [Kassab]. A gente vai se estruturar mais na região Sudeste", afirma o deputado Gonzaga Patriota (PE). "Nenhum partido sobrevive sem ambição de poder", diz Ribamar Alves (MA).
Dos 29 favoráveis à fusão, 21 defendem abertamente a ida de Kassab para o PSB. Outros 8 congressistas dizem estar em "dúvida", mas demonstram simpatia pelo demista. "O que posso dizer é que um prefeito da cidade do porte de São Paulo amplia qualquer partido", diz a senadora Lídice da Mata (BA).

IDENTIDADE
A falta de identidade entre Kassab, hoje num partido conservador, e o PSB, um partido fundado com ideais socialistas, é a principal preocupação dos três deputados contrários à fusão.
A ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina ameaça, inclusive, deixar o partido caso a ideia se concretize.
"Pela incompatibilidade, incoerência que isso representaria. Eu seria uma estranha no ninho", declara.
Erundina ressalva que nem foi procurada por Campos e diz também que nem sempre o crescimento do partido é positivo. "Cresce, mas cresce inchando. O inchaço é doença, e doença mata."
Favorável à ida do prefeito para o PSB, o senador Rodrigo Rollemberg (DF) minimiza a diferença entre as bandeiras partidárias.
"Os eleitores do Brasil hoje são de centro. O importante é se o político é bom administrador, não se o partido é de direita ou de esquerda", afirma Rollemberg.
Para o deputado Dr. Ubiali (SP), "não existem mais partidos de esquerda ou de direita" no Brasil.
Além de Erundina, os deputados contrários são Ariosto Holanda (CE), que classifica o atual cenário político como uma "geleia geral", e Gabriel Chalita (SP), que tem ambições de disputar um cargo no Executivo em São Paulo e não vê lugar para seu projeto ao lado de Kassab.

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