Blog Moisés Arruda - Sobral/CE/Facebook-moiseslinharesarruda : Deputados cobram mais rapidez em votações da comissão da refoma política

31 de mar. de 2011

Deputados cobram mais rapidez em votações da comissão da refoma política

Leonardo Prado
Dep. Almeida Lima, presidente da comissão
Almeida Lima ressaltou que a comissão não pode fazer a reforma sem ouvir a sociedade.
O ritmo dos trabalhos da Comissão Especial da Reforma Política não está agradando a alguns deputados do colegiado, que cobram mais rapidez na votação de determinados assuntos, como os relacionados ao sistema eleitoral, tema debatido neste momento. A preocupação é com o “esvaziamento” da comissão da Casa diante das votações realizadas pela comissão sobre o mesmo assunto instalada no Senado, conforme definiu o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).
Durante a reunião desta terça-feira, os deputados Reguffe (PDT-DF) e Simão Sessim (PP-RJ) pediram ao presidente da comissão, deputado Almeida Lima (PMDB-SE), que haja deliberações à medida que os debates forem avançando. Todos admitiram, no entanto, que não se deve votar propostas antes de a comissão conhecer a opinião da sociedade sobre o tema. “É compreensível que haja uma ansiedade por parte dos deputados, mas não podemos deliberar sem ouvir as pessoas. Não somos iluminados, que podem fazer uma reforma dessa natureza sem ouvir a sociedade”, disse Lima.
A comissão do Senado já definiu que vai apresentar, por exemplo, projetos defendendo restrições nas regras de suplência de senadores e o fim das coligações proporcionais.
Saiba mais sobre reforma política
Relatórios parciais
Em busca de uma “proposta intermediária”, Sessim sugeriu a apresentação de relatórios parciais, que se agrupariam no texto final, a ser votado no encerramento dos trabalhos da comissão, cujo prazo de funcionamento é de 180 dias. “Neste primeiro momento, o relator poderia juntar sistema eleitoral, financiamento público de campanha e a manutenção ou não da coligação proporcional”, argumentou o parlamentar.

O relator substituto da comissão, deputado Rubens Otoni (PT-GO), entretanto, não admite a ideia, sob risco de comprometer a estrutura da reforma. “Na reforma política, um tema depende do outro e não faz sentido definir uma coisa que pode comprometer outra que nem foi debatida”, justificou. Otoni é o responsável pela relatoria enquanto o titular, deputado Henrique Fontana (PT-RS), está de licença.
Na mesma linha, o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) também defendeu o atual modelo de trabalho da comissão. “As coisas não têm a simplicidade que algumas pessoas desejam. Como vamos explicar para a sociedade que, em poucas semanas e reuniões, vamos definir como será o sistema eleitoral brasileiro? Isso é perto do ridículo. Não podemos deliberar sobre matérias que muitos parlamentares não conhecem”, declarou.
Caiado, que foi relator da proposta (PL 1210/07) de reforma política que tramitou na legislatura passada, cobrou que todas as sugestões debatidas sejam apresentadas “com princípio, meio e fim”, ou seja, relacionadas entre si. “Eu defendo a lista democrática [fechada] com financiamento transparente [público]. Nossa proposta explica como o sistema vai funcionar nas eleições municipais, estaduais e federal. Outros defensores são genéricos, dizem que defendem algo mas não explicam como funcionaria”, acrescentou.
José Alencar
A comissão suspendeu sua sessão de debates desta terça-feira logo após o anúncio da morte do ex-vice-presidente da República José Alencar. A sessão foi remarcada para a próxima terça-feira (5). Amanhã não haverá debates e todas as reuniões foram transferidas para a semana que vem, incluindo a segunda audiência pública, transferida para quinta-feira (7).

No evento do dia 7, estarão presentes representantes da sociedade civil. Foram convidados o cientista político da Universidade de Brasília (UnB) David Fleischer; a socióloga da UnB Maria Francisca Coelho; e o vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Tarcísio Holanda.

Íntegra da proposta:

Nenhum comentário:

Postar um comentário