DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Níveis baixos de iodo-131 radioativo procedente da usina nuclear japonesa de Fukushima Daiichi foram detectados pela primeira vez nas últimas horas em Pequim e em outras zonas do norte e do oeste da China, informou nesta quarta-feira a agência oficial Xinhua.
Depois que no último sábado foi reportada no extremo nordeste do país a primeira presença deste material, áreas do sudeste e leste e agora do norte e oeste do país também registraram baixos níveis de iodo-131, segundo as medições do Comitê Nacional de Coordenação para Emergências Nucleares da China.
No total, 14 das 30 divisões administrativas do país asiático detectaram restos de iodo-131 no ar: Heilongjiang (nordeste), Jiangsu, Xangai, Zhejiang, Anhui (leste), Cantão, Guangxi (sudeste), Shandong, Tianjin, Pequim, Hebei, Henan (norte), Shanxi e Ningxia (noroeste).
As autoridades nucleares e sanitárias chinesas insistiram que as baixas concentrações do material não representam perigo para o meio ambiente e para a saúde pública.
A contaminação radioativa na atmosfera da China atualmente equivale à que uma pessoa pode ser exposta ao viajar de avião por 2 mil quilômetros, assinalaram fontes sanitárias citadas pela agência Xinhua.
Em Xangai, uma das primeiras grandes cidades chinesas onde foi registrada radiação proveniente de Fukushima, os especialistas assinalaram que as partículas "levarão entre dois e três meses para desaparecer", segundo o oficial "Shanghai Daily".
A Agência de Supervisão da Radioatividade Meio Ambiental de Xangai assinalou que as partículas não chegaram impulsionadas pelos ventos, mas por "difusão atmosférica".
Wang Mingxia, engenheiro desta agência, esclareceu também que o plutônio altamente radioativo detectado na terça-feira no solo da central japonesa não terá nenhum impacto fora da área de Fukushima, já que, "embora seja muito mais prejudicial que o iodo-131, afeta apenas as zonas próximas à usina".
Países como Estados Unidos, Finlândia, Islândia, França, Suécia, Suíça, Rússia, Coreia do Sul, Filipinas e Vietnã também detectaram nos últimos dias restos de iodo-131 no ar, em todos os casos níveis muito baixos.
RADIAÇÃO NO MAR
Um nível de iodo radioativo 3.355 vezes superior ao normal foi detectado na água do mar recolhida a 300 metros da central nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, informou na quarta-feira a agência Jiji Press.
A água do mar analisada tem o nível de iodo 131 mais alto desde o início da crise nuclear em Fukushima.
O problema é provocado, provavelmente, porque a água utilizada para resfriar os reatores nucleares vazou para o mar.
VIGILÂNCIA
O porta-voz do governo japonês, Yukio Edano, pediu nesta terça-feira que se vigie a saída de plutônio ao exterior da usina e disse que é provável que o material detectado provenha de barras de combustível fusionadas parcialmente.
O porta-voz ressaltou, no entanto, que as quantidades de plutônio detectadas são as mesmas que podem ser encontradas no meio ambiente enquanto, em Viena, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) assinalou que a composição de isótopo sugere que procede de um reator, embora tenha destacado que se trate de pequenas quantidades.
Para as autoridades japonesas, a prioridade agora em Fukushima é continuar lançando água sobre os reatores, além de drenar as zonas inundadas.
Na segunda-feira, os operários da Tepco, além de detectar plutônio, confirmaram o risco de que água radioativa chegue ao exterior por um conduto que rodeia o reator 2.
No entanto, a Agência de Segurança Nuclear do Japão assegurou nesta terça-feira que não há confirmação de que essa água radioativa tenha chegado ao mar e afirmou que os níveis de água nos condutos que conectam os reatores 1, 2 e 3 se mantêm estáveis.
Esses encanamentos se encontram a entre 55 e 70 metros de distância do mar e foram escorados com sacos de areia e blocos de cimento pelos operários.
Editoria de Arte/Folhapress |
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