Monica Yanakiew
Correspondente da EBC
Buenos Aires – Cerca de 100 mil estudantes chilenos marcharam hoje (9) pelas ruas de Santiago e pelas principais cidades do país, exigindo educação pública e gratuita para todos. Os estudantes também exigem que o governo obrigue as universidades privadas a serem instituições sem fins lucrativos, como determina a lei.
As marchas reuniram alunos, professores, pais de alunos e sindicalistas. Um jovem, carregando uma cruz, exibia um cartaz: “Não posso estudar; meu pai é carpinteiro”. Também houve incidentes entre policiais e estudantes com rostos cobertos, que faziam fogueiras nas ruas e lançavam pedras contra carros.
Os protestos estudantis começaram em maio passado. Estudantes de segundo grau e universitários mobilizaram professores, pais de alunos e sindicatos, nas maiores manifestações em duas décadas de democracia chilena. O governo do presidente Sebastián Piñera cedeu, trocando o ministro da Educação e propondo um projeto de reforma com 21 pontos. Os estudantes não aceitaram. Querem uma reforma total.
No Chile não existem universidades gratuitas. Por lei, nenhuma universidade deveria ter fins lucrativos. Mas tanto as universidades públicas, quanto as privadas, cobram mensalidades que chegam, em média, a US$ 400. Ainda assim, um número grande de chilenos estuda em universidades.
“De cada 100 chilenos em idade de estudar, 55 cursam uma universidade. Essa taxa de participação é o dobro da brasileira”, disse a Agência Brasil o professor, José Joaquín Brunner. “Apesar das universidades serem pagas, existe um amplo sistema de créditos, ao qual os estudantes têm acesso para financiar seus estudos”.
Segundo Brunner, os estudantes se rebelaram porque foi criado um novo sistema de créditos estudantis, administrados por bancos privados com taxas de juros de mercado. “Os estudantes que tomaram dinheiro emprestado e acabam de entrar no mercado de trabalho perceberam que estão com uma enorme dívida para saldar. Foi o que desencadeou os recentes protestos”.
A proposta de 21 pontos, que o governo fez aos estudantes, inclui o aumento de bolsas de estudo para que os chilenos menos privilegiados tenham acesso à universidade; redução de 6% a 4% as taxas de crédito solidário e aumento dos investimentos governamentais na educação. Atualmente, o país investe 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação superior, enquanto que o setor privado investe 1,5% do PIB. “No Brasil, os setores público e privado investem o mesmo no ensino superior: 0,8% do PIB”, disse Brunner.
Edição: Rivadavia Severo
Correspondente da EBC
Buenos Aires – Cerca de 100 mil estudantes chilenos marcharam hoje (9) pelas ruas de Santiago e pelas principais cidades do país, exigindo educação pública e gratuita para todos. Os estudantes também exigem que o governo obrigue as universidades privadas a serem instituições sem fins lucrativos, como determina a lei.
As marchas reuniram alunos, professores, pais de alunos e sindicalistas. Um jovem, carregando uma cruz, exibia um cartaz: “Não posso estudar; meu pai é carpinteiro”. Também houve incidentes entre policiais e estudantes com rostos cobertos, que faziam fogueiras nas ruas e lançavam pedras contra carros.
Os protestos estudantis começaram em maio passado. Estudantes de segundo grau e universitários mobilizaram professores, pais de alunos e sindicatos, nas maiores manifestações em duas décadas de democracia chilena. O governo do presidente Sebastián Piñera cedeu, trocando o ministro da Educação e propondo um projeto de reforma com 21 pontos. Os estudantes não aceitaram. Querem uma reforma total.
No Chile não existem universidades gratuitas. Por lei, nenhuma universidade deveria ter fins lucrativos. Mas tanto as universidades públicas, quanto as privadas, cobram mensalidades que chegam, em média, a US$ 400. Ainda assim, um número grande de chilenos estuda em universidades.
“De cada 100 chilenos em idade de estudar, 55 cursam uma universidade. Essa taxa de participação é o dobro da brasileira”, disse a Agência Brasil o professor, José Joaquín Brunner. “Apesar das universidades serem pagas, existe um amplo sistema de créditos, ao qual os estudantes têm acesso para financiar seus estudos”.
Segundo Brunner, os estudantes se rebelaram porque foi criado um novo sistema de créditos estudantis, administrados por bancos privados com taxas de juros de mercado. “Os estudantes que tomaram dinheiro emprestado e acabam de entrar no mercado de trabalho perceberam que estão com uma enorme dívida para saldar. Foi o que desencadeou os recentes protestos”.
A proposta de 21 pontos, que o governo fez aos estudantes, inclui o aumento de bolsas de estudo para que os chilenos menos privilegiados tenham acesso à universidade; redução de 6% a 4% as taxas de crédito solidário e aumento dos investimentos governamentais na educação. Atualmente, o país investe 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação superior, enquanto que o setor privado investe 1,5% do PIB. “No Brasil, os setores público e privado investem o mesmo no ensino superior: 0,8% do PIB”, disse Brunner.
Edição: Rivadavia Severo
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