A proposta faz parte de um pacote que o governo ofereceu aos professores em troca do encerramento da greve. Apeoc toma decisão na próxima segunda
Para estimular o Sindicato dos Professores do Estado do Ceará (Apeoc) a encerrar a greve da rede estadual, o Governo do Estado propôs aos profissionais do magistério a garantia de não enviar qualquer proposta referente à remuneração da categoria sem antes haver entendimento mútuo.
Mas isso, somente no caso de os professores encerrarem a greve na próxima segunda-feira, quando nova assembleia será realizada no ginásio Aécio de Borba. Ontem, o governo já havia anunciado que não enviará para o Poder Legislativo a proposta que antes prometia apresentar, alterando a estrutura de ascensões na carreira. Os professores reclamam da falta de estímulo à qualificação.
Ao abordar o assunto ontem, na Assembleia, o líder do governo, deputado Antônio Carlos (PT), disse que “roga a Deus” para que a categoria dos docentes vote a favor do fim da greve – que hoje completa 22 dias - tendo em troca as garantias dadas pelo governador Cid Gomes (PSB) durante reunião na noite da última quinta-feira, no Palácio da Abolição.
No encontro, segundo ata da reunião apresentada por Antônio Carlos, o governador prometeu zerar a negociação e disponibilizar todos os dados relativos ao orçamento da educação no Ceará, para que os próprios professores ajudem a criar uma proposta interessante para a categoria, mas dentro dos limites orçamentários do Estado. “O governo gasta 29,5% do orçamento estadual em educação, mas é preciso lembrar que existem outros itens para contemplar, além da folha de pagamento dos professores”, explicou o líder governista.
A proposta do governo inclui também a concessão escalonada de um terço da carga horária para atividades extraclasse, item já previsto na lei nacional do piso do magistério.
Avaliação
Na manhã de ontem, o comando de greve se reuniu para discutir a proposta do governo. O presidente do Sindicato Apeoc, Anízio Melo, informou que a entidade está se mobilizando para fazer reuniões com os setores regionais, em diversas cidades do Interior, e com os diferentes setores em Fortaleza. “Nessas reuniões, a gente vai dar ciência sobre a reunião no Palácio da Abolição, para que os professores possam tomar conhecimento e discutir a proposta do governador”, explicou Anízio.
Na última quinta-feira, Anízio já havia considerado avanço a garantia de que o governo não mais enviaria a proposta inicial para a Assembleia. Nessa proposta, professores com ensino superior teriam remuneração inicial de R$ 2 mil, incluindo a gratificação por regência de classe.
Na última quinta-feira, Anízio já havia considerado avanço a garantia de que o governo não mais enviaria a proposta inicial para a Assembleia. Nessa proposta, professores com ensino superior teriam remuneração inicial de R$ 2 mil, incluindo a gratificação por regência de classe.
O problema, contudo, não está na remuneração inicial. O impasse envolve os profissionais nos outros níveis da carreira. Docentes se queixam que o ganho extra de profissionais com especialização, mestrado e doutorado se tornaria irrisório pela proposta inicial. (Pedro Alves)
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A proposta do governo é zerar a negociação para que o reajuste na remuneração dos professores estaduais seja feito em consenso com a categoria. O impasse diz respeito, sobretudo, à estrutura da carreira e às ascensões funcionais.
fonte - opovo
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