Oposição promete obstruir votações de plenário e da Comissão de Orçamento

Política

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os partidos de oposição deram inicio hoje (16) a um trabalho de obstrução das votações no plenário da Câmara e, também, na Comissão Mista de Orçamento. “Nós entendemos que não há nenhum clima para votar qualquer matéria, na Câmara, porque o presidente Marco Maia (PT-RS) não se dispôs a negociar uma agenda do Legislativo”, disse o líder do DEM, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA).
Segundo ele, o deputado Marco Maia apresentou um conjunto de propostas que não refletem o interesse do Legislativo e, sim, do Executivo. De acordo com o líder DEM, a oposição já firmou posição de que só vai aceitar discutir a obstrução no momento em que o presidente da Câmara marcar as datas de votações da Emenda 29, que libera mais recursos para a saúde, e da proposta de emenda à Constituição (PRC), que cria o piso salarial nacional para policiais e bombeiros militares.

Ainda de acordo com ACM Neto, a pauta da oposição não tem nada a ver com a pauta da base governista. Ele informou que a obstrução na Comissão de Orçamento, e também nas sessões do Congresso Nacional, foi decidida em função dos vetos à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Segundo o líder, a obstrução vai permanecer até que o presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP), marque a data para votação dos vetos à LDO.

Amanhã (17), na parte da manhã, os partidos de oposição da Câmara e do Senado vão fazer um ato público no Salão Verde da Câmara em defesa da criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Corrupção. Na ocasião, será lançado um site, onde serão divulgados os nomes dos parlamentares que assinarem o requerimento para instalação da comissão e, também, os nomes dos parlamentares que se recusarem a assinar o requerimento. “Vamos manter o esforço no sentido de instalar a CPMI da corrupção”, disse.
Com a obstrução da oposição, a Comissão Mista de Orçamento não conseguiu se reunir e o plenário da Câmara não pôde votar nenhuma matéria. O líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que não houve votação no plenário porque o parecer à Medida Provisória 532, primeiro item da pauta de votações, só ficou pronto hoje, e era preciso que os deputado tomassem conhecimento dele antes da votação.

Edição: Aécio Amado