Garibaldi admite desafio e diz não ter conhecimento sobre valor do rombo na Previdência .

MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

Após ser convidado nesta quarta-feira pela presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), para assumir o Ministério da Previdência Social, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) demonstrou ter pouca intimidade com a pasta.
Ao deixar a Granja do Torto, onde se reuniu com a petista, o senador disse não ter conhecimento sobre o valor do rombo no setor --que pode chegar a R$ 42,5 bilhões no fim do ano, mas minimizou o fato de não ser um técnico da área.
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Garibaldi ainda evitou comentar as polêmicas que envolvem o ministério, como a reforma da Previdência e o fim do fator previdenciário. Segundo o futuro ministro, é preciso um amplo diagnóstico sobre os temas para que o governo defina o que deve ser feito.
O peemedebista disse que terá um "desafio" pela frente. Ele disse ainda que pretende se reunir nos próximos dias com o atual titular da pasta, Carlos Gabas, e não descartou mergulhar nas tecnicidades do ministério.
"Vai ser um desafio. Acho que estou [preparado]. Se eu me encantar com o tecnicismo pode ser até que eu me transforme em um técnico, mas eu não estou aqui dizendo que o melhor é ter conduta política ou técnica. O importante é saber se conduzir diante daquele desafio. Se você quer ser mais técnico em um determinado momento você pode ser", disse.
Questionado se seria a favor de uma reforma na Previdência, Garibaldi disse que conversou sobre o tema com Dilma e que o entendimento é de que é preciso melhorar os serviços, o que ele chamou de reforma de gestão. Entre as medidas estão os fins das filas e pagamentos dos benefícios de uma forma mais ágil.
"Uma reforma de gestão eu sou favorável. A reforma da legislação, essa que é mais complexa, isso temos que estudar melhor. Ela me disse que esperava que eu continuasse um trabalho que já está sendo realizado na Previdência com relação à reforma da gestão da Previdência, o fim das filas, pagamentos de uma forma mais ágil. E esperava que não apenas continuasse isso, mas pudesse melhorar", afirmou.
Em relação ao fim do fator previdenciário, que diminui o valor dos pagamentos a quem se aposentou precocemente, Garibaldi também disse que precisa avaliar. A medida foi aprovada pelo Congresso, mas acabou vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Eu sou a favor [fim do fator previdenciário], falamos nisso, mas é um ponto de desequilíbrio se ele vier a ser eliminado de uma hora para outra. Eu creio que nós precisamos caminhar. Sem um diagnóstico, nós não vamos ter condições de anunciar grandes mudanças", disse.
PMDB
Garibaldi foi indicado pelo PMDB para a Previdência. Dilma conclui hoje os convites do partido que incluem ainda Agricultura com Wagner Rossi, Moreira Franco na Secretaria de Assuntos Estratégicos, Pedro Novais no Turismo, Edison Lobão em Minas e Energia, além de Nelson Jobim na Defesa, que é considerado da cota pessoal da petista.
fonte - folha.com