Paula Laboissière
Repórter da
Agência Brasil
Brasília
– Em reunião hoje (25) com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o prefeito do
Rio de Janeiro, Eduardo Paes, tentou angariar o apoio do governo federal para
ampliar a rede de atendimento a usuários de crack na capital
fluminense. O plano do prefeito prevê a implantação da internação compulsória de
dependentes químicos adultos, medida
que vem gerando polêmica, além da abertura de leitos, unidades de
atendimento e consultórios de ruas. O ministro posicionou-se favorável às
medidas.
Após o encontro, Paes lembrou que a internação compulsória já é feita, no
Rio, em casos de crianças e adolescentes usuários de drogas e avaliou que a
estratégia tem sido bem-sucedida. A ideia, segundo ele, é estender a medida para
adultos dependentes químicos. “Tive do ministro [Alexandre Padilha] a resposta
positiva de que, para todas as dificuldades que estamos identificando, o
ministério vai estar junto com o financiamento, ajudando a pagar essa conta”,
ressaltou.
De acordo com o prefeito, o próximo passo é definir os critérios para a
ampliação da internação compulsória. Segundo ele, técnicos do ministério devem
ajudar na elaboração de uma espécie de protocolo de atendimento a ser seguido
pelos profissionais de saúde nesses casos.
“Estamos tratando de um tema que diz respeito aos indivíduos, dramas
pessoais, problemas pessoais e, claro, que exige sempre uma complexidade muito
grande. Não estamos aqui prometendo, dizendo como resolver todos os problemas”,
argumentou. “A boa notícia que recebemos hoje é que não há limite. O ministro se
colocou inteiramente à disposição para todas essas unidades que a prefeitura
quiser abrir”, completou.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, confirmou o apoio às propostas
apresentadas por Paes. Ele voltou a se referir ao crack como uma
epidemia no Brasil, lembrando que houve aumento do número de usuários e regiões
acometidas. A imagem de que o crack é um problema só de moradores de
rua, segundo o ministro, não retrata mais a realidade.
“O ministério vê com muita felicidade, mais uma vez, a postura do prefeito
Eduardo Paes em querer montar na cidade do Rio de Janeiro uma rede de tipos de
atendimentos para situações muito diferentes que levam a pessoa à dependência
química."
Padilha destacou que o apoio à implantação e ampliação de redes de
atendimento a usuários de crack está disponível para todos os estados e
municípios. Dados da pasta indicam que, atualmente, 14 unidades federativas
apresentaram propostas dentro do Programa Crack, É Possível Vencer.
“Essa sinalização do prefeito Eduardo Paes, o ministério recebe como uma
preocupação e apoiamos essa preocupação de que as pessoas que estão sob risco de
vida devem ser cuidadas em um lugar adequado, internadas, para saírem desse
risco de vida. Do ponto de vista da saúde, chamamos isso de internação
involuntária. Há uma lei federal que apoia essa proposta”, concluiu o
ministro.
Edição: Carolina Pimentel
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