Seis séculos
antes, Isaías um dos maiores profeta e vidente de Israel haviam cantado o
seguinte: “ E tu Betlehem de Judá, és pequena em tamanho, porém grande entre as
cidades de Israel, porque de ti nascerá o Salvador dos homens.”
Naquela noite
– a sétima do solstício de inverno – permaneciam muitos em vigília para
contemplar o grandioso espetáculo anunciado pelos astrônomos assírios e
caldeus, alguns dos quais temiam mesmo um cataclismo estelar que produzisse a
desagregação de vários mundos, inclusive a Terra. Também velavam os pastores
betlehemitas, que, na simplicidade de seus costumes, dirigiam fervorosas preces
a Jehová, suplicando – Lhe misericórdia. Os mais sensitivos dentre eles
captaram a onda de harmonia divina, emanada das grandes inteligências que
apresentavam a entrado do Homem-Deus no plano físico: onda radiante de luz e de
glória que vertia sobre o planeta, como uma cascata musical, o inolvidável
cântico do Amor e da Paz:
Myriam,
Joseph, Sara e Elcana, únicos seres humanos que presenciaram o advento do Verbo
de Deus, caíram em transe extático, pela força vibratória do Grand e Espírito
que tomava posse de sua matéria para uma vida terrestre. Os fluidos sutis e
penetrantes das puríssimas Inteligências que apadrinhavam a conjunção
planetária já de nós conhecida não puderam ser suportados pela débil matéria físicas,
dos quatro seres presentes, tão próximos se achavam do acontecimento.
Joseph e
Elcana afastaram mais prontamente o torpor suavíssimo e profundo que os
invadira, o qual, inconscientemente, eles qualificaram como sono letárgico
produzido pelo excesso de incenso e mirra que eram queimados nas brasas de um piveteiro, Foram despertar Sara porque
o recém-nascido choramingava baixinho, deitado, qual querubim de rosa e nácar,
na brancura do leito da mãe, ainda submersa nas brumas radiantes da hipnose.
Sara! Mulher humilde
e boa... Foram tuas mãos laboriosas que primeiro tocaram o sagrado corpo de
Cristo recém-nascido, e seriam também as ultimas a perfumar Seu cadáver,
33 anos depois, quando Myriam, mergulhada em profundo e doloroso desmaio, caía
sobre o peito de magdalena enlouquecida, ao ser descido da cruz o sagrado corpo
para o sepultamento! Sara! Laboriosa e abnegada mulher, ignorada em tua
grandeza silenciosa e obscura perante os homens, que buscas o Alto que pelos
caminhos solitários e esquecidos, onde brotam pequenas flores que ninguém
cobiça nem busca nem ambiciona; porque
nos caminhos familiares que muito poucos vêem e, menos ainda, valorizam e
compreendem!... Mas ninguém apagará de tuas mãos o sagrado florão de ouro
estampado nelas pelo divino contato do corpinho recém-nascido do Filho de Deus. Continuá!...
Nenhum comentário:
Postar um comentário