Neste dia tão marcado pela história da
humanidade, uma ou outra luz, partindo de alguma ogiva de observação, cortava
de intervalo a intervalo a branca monotonia da cidade entorpecida sob a neve.
Os Mestres- disse Josias – estão anunciando-nos a chegada de um Redentor,
acontecimento que seria precedido de
extraordinárias manifestações,
nos Céus, e talvez seja este o momento. Elcana e Joseph sacudiam o torpor
hipnótico produzido pela aproximação das Inteligências Superiores. Foi quando os três viajantes
ansiosos observadores externos escutaram a voz de Elcana:
- Sara!...Sara!... Desperta, que o menino já nasceu e começa a
chorar. Chamando baixinho junto à porta da oficina, contigua à alcova, disseram
do lado de fora:
_ Elcana, essênios chamam à tua porta.
Abre para nós, por favor! Elcana abriu-lhes a porta. Que é que se passa em tua casa, que todas as luzes
dos Céus descem sobre ela? Perguntaram
os visitantes.
-
Mas, de que menino falas?...Acaso é da tua mulher?...
-
Não, mas de Myriam, nossa sobrinha, que veio de Nazareth para esperar
aqui o nascimento do seu filho. Os três visitantes ouviram a narrativa e
afirmaram todos a uma só voz, não há dúvida
de que é Ele... o salvador dos homens.
Joseph chorava de felicidade. O que
significava, para os ditosos pais, verem seu lar abençoado pelo o nascimento de
um Enviado de Deus. Myriam disse meu filinho diz no mais infinito de minha
alma; “Cantai um hino de ação de graças, porque foi cumprida a Vontade do
Altíssimo. Depois disso, os três viajantes, de mãos dadas e conduzidas para
anunciar a boa nova!... foram até as montanhas sagradas, ao chegar até o porteiro,
andaram uns vinte passos por um pavimento liso e coberto de suave areia fina,
no fim do qual perceberam outra porta que se abriu e por ela penetraram num
ambiente aquecido e perfumado de incenso. O Servidor retirou-lhes as vendas, e
os três caíram de joelhos ,
pronunciando, cada um, as palavras do ritual, enquanto se inclinavam para
beijar as pedras do pavimentos: ”Sê bendito pelos séculos dos séculos, ó Santo
dos Santos, Deus Misericordioso que me permitiste entrar neste sarado recinto
onde se ouve Tua Voz.”
Em seguida, três Essênios os cobriram
com o manto branco das consagrações e os aproximaram do grande candelabro de
sete círios, dos quais apenas um estava aceso: o que correspondia ao primeiro
grau, que eles possuíam. Surgiram, então, sete livros abertos sobre um altar de
pedra branca. Em cima de cada um deles, apareciam
escritos em letras de bronze, os nomes dos Grandes Mestres Essênios
desaparecidos: Elias, Eliseu, Isaías, Samuel, Jonas, Jeremias e Ezequiel. Acima
dos sete livros se achava talhada em pedra, uma copia das Tábuas da Lei Eterna,
gravada por Moises, cujo original estava em poder dos Setenta, no Santuário dos
Montes de Moab. Os repetidos cativeiros do povo hebreu e as devastações dos
Santuários de Silos, de Bethel e de Jerusalém obrigaram os discípulos de Essen
a salvaguardar aquele sagrado espólio de Moises nas profundas cavernas dos
mencionados montes. Suspensa no teto, iluminando as Tábuas da Lei, resplandecia
uma estrela de prata, cujas cinco pontas eram lamparinas de azeite que ardiam
sem apagar-se jamais. Era um Símbolo Sagrado da Grande Fraternidade Essênia,
significado oculto era “A Luz Divina que iluminou a Moises no Monte Horeb e no
Sinai, onde surgiu a Lei que permanece até hoje, como bússola eterna desta
Humanidade.” continua...
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