Isabel Filgueiras .
Reformas no Conselho de Segurança podem significar maior participação do Brasil na ONU e em decisões mundiais
O último dia de reunião do Brics em Fortaleza, nesta terça (15), foi marcado por posicionamentos descontentes do bloco ante entidades internacionais como as Organizações das Nações Unidas (ONU) e o Fundo Monetário Mundial (FMI). Os líderes do Brasil, da Rússia, Índia, China e África do Sul reforçaram a importância do grupo emergente como alternativa a organizações mundiais antigas e pouco funcionais.
A presidente Dilma Rousseff cobrou mudanças no Conselho de Segurança da ONU diante da ineficácia do órgão em relação aos conflitos no Oriente Médio. "Todos os líderes coincidiram, chamando a atenção para a necessidade de uma urgente reforma nessa respeitável e indispensável instituição", declara. Dilma afirmou ainda que o Conselho está perdendo a legitimidade.
Na Declaração de Fortaleza, documento assinado nesta terça-feira, os membros do grupo se declaram "desapontados com a não implementação das reformas do FMI de 2010". Segundo Dilma, o Fundo é insuficiente para atender às novas demandas dos países emergentes e, por isso, precisa de um novo arranjo de cotas.
No entanto, a presidente nega que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), criado na Capital cearense, seja uma resposta à estrutura estagnada do FMI. "Não é uma resposta ao FMI, é uma resposta as nossas necessidades. O banco dos Brics vem trazer uma constatação para o mundo: este é um mundo multilateral. Ele deve e pode ter várias instituições multilaterais", diz.
Relações Internacionais
Vladimir Putin, presidente da Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU,aproveitou a ocasião para exaltar o veto do país e da China nos documentos deintervenção na Síria, que vive em guerra civil há três anos. O impedimento da interferência internacional no caso tem sido questionado pela mídia de países desenvolvidos, como os Estados Unidos.
Apesar das críticas de Dilma Rousseff, o Brasil já expressou, em diversas ocasiões, interesse em tornar-se membro permanente do Conselho de Segurança. O País tem ocupado com assiduidade cadeiras rotativas em reuniões do órgão. Isto significa que os representantes brasileiros podem votar e debater, mas não possuem poder de veto. Além da China e da Rússia, a França, o Reino Unido e os Estados Unidos formam os cinco membros permanentes (P-5) do Conselho. Uma reforma do órgão poderia implicar na inclusão de uma potência latino-americana no quadro no órgão. fonte DN.
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