Três empresários do ramo de eventos e um ex-secretário de Cultura de Sobral, na Zona Norte do Estado (230 km de Fortaleza) tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça, após operação deflagrada pelo Ministério Público Estadual e a Polícia. Eles são suspeitos de desviar dinheiro público e fraudar licitações de festas naquele município. A Justiça também expediu mandados de apreensão nas empresas e residências dos envolvidos. Computadores, pen-drives, documentos e contratos foram capturados e irão compor as investigações. O POVO apurou que pelo menos R$ 350 mil que saíram da Prefeitura de Sobral para pagar eventos realizados pela empresa Carlos Alberto Pereira de Souza ME foram parar na conta do empresário Fabrício Viana Rodrigues, que não tem vínculo com o Município. Fabrício foi preso em casa, em Sobral, e depois levado para a Delegacia de Capturas, em Fortaleza. Ele já havia sido preso em 2013, na Operação “Carcará”, que apurava supostas fraudes na contratação de cooperativas de funcionários terceirizados em Sobral. Naquela ocasião, rastreamentos bancários também apontaram movimentações financeiras suspeitas em favor de Fabrício, mas ele foi liberado pela Justiça em seguida. Carlos Alberto Pereira, dono de empresa homônima, uma filha, proprietária de outra produtora de eventos, e um ex-secretário de Cultura de Sobral, cujo nome não foi confirmado oficialmente à reportagem, também tiveram a prisão temporária decretada. Até às 19 horas de ontem, no entanto, nenhum dos três havia chegado à Delegacia de Capturas.
Indícios
O POVO apurou que o Ministério Público, através da Promotoria de Sobral e da Procuradoria de Crimes contra a Administração Pública (Procap), suspeita que houve dispensas fraudulentas de licitação na Secretaria de Cultura de Sobral para, supostamente, beneficiar as empresas de Carlos Alberto e da filha. Os contratos, que serão analisados, somam cerca de R$ 3 milhões, e foram assinados entre 2012 e 2013. A estimativa do suposto prejuízo aos cofres públicos ainda não foi calculada, e fará parte das próximas etapas da investigação.
O POVO procurou a Prefeitura de Sobral, que se pronunciou por meio de nota: “A referida ação não é proposta contra o Município nem, tampouco, contra nenhum de seus gestores. Todos os atos da Prefeitura são revestidos de princípios como o da legalidade, impessoalidade. Por último, todos os órgãos da administração municipal estão a disposição do Poder Judiciário para quaisquer esclarecimentos”. O advogado do empresário Fabrício Viana, Leandro Vasques, disse ao O POVO que só deverá se manifestar quando tiver acesso aos detalhes da investigação. O empresário Carlos Alberto Pereira não foi encontrado, no fim da tarde de ontem, no telefone fixo da empresa, e seu advogado não foi localizado pela reportagem.
NÚMEROS 2,9mi
de reais foram pagos pela Prefeitura a uma das empresas suspeitas
SERVIÇO Delegacia de Capturas em Fortaleza
Rua Conselheiro Tristão, 188, José Bonifácio.
Fone: (085) 3101.4912
Saiba mais
A prisão temporária dura apenas cinco dias, podendo ser prorrogada por igual período. O objetivo é evitar que pessoas suspeitas interfiram na investigação. Se houver algum fato novo, a Justiça poderá decretar outros tipos de prisão.
Entre os eventos que teriam sido realizados pelas empresas suspeitas estariam festas de carnaval, reveillon e inaugurações, dentre outros.A próxima etapa da investigação será a análise da documentação apreendida ontem. Os primeiros indícios de irregularidade surgiram com rastreamentos bancários, oitivas, etc..
De acordo com o Portal da Transparência do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), a empresa Carlos Alberto Pereira de Sousa ME recebeu da Prefeitura de Sobral, em 2012, 1,79 milhão para a prestação de serviços na área de eventos. No ano seguinte, o volume foi de R$ 1,08 milhão. fonte o povo
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