O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje (2) que o vice-presidente da República Michel Temer tem que deixar a articulação política do governo assim que for concluída a votação de matérias sobre o ajuste fiscal. “Michel Temer entrou para melhorar esta articulação política e está claramente sendo sabotado por parte do PT. Acho que deveria deixar a articulação política”, afirmou.
Para o parlamentar, a articulação política do governo está cada hora indo para um caminho equivocado. “Do jeito que está aqui, com o governo se misturando com o PT no mesmo mal, o PMDB deve ficar longe porque isto não está fazendo bem para o PMDB e ao mesmo tempo o governo, como está se comportando dentro da Casa, não está fazendo bem a ele”, concluiu.
As afirmações foram uma reação de Cunha às críticas de parlamentares que questionam votações polêmicas, como a que garantiu a aprovação da redução da maioridade penal a partir da votação de emendas. A Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, no começo da madrugada de hoje (2) uma emenda substitutiva, praticamente idêntica ao texto derrubado no dia anterior (1º), e que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes hediondos, homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte.
“Isso é choro de quem não tem voto, de quem está entrando em agenda que não é da sociedade. Não é a toa que o governo está indo para 9% de popularidade e está do mesmo tamanho de quem apoia a manutenção da idade penal”, disse Cunha.
Após as declarações de Cunha, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, disse que Temer tem "papel fundamental na governabilidade". Edinho se encontrou com Michel Temer no gabinete da vice-presidência, e na saída, foi questionado por jornalistas sobre as afirmações de Cunha. De acordo com o ministro, o presidente da Câmara tem o direito de se posicionar e que na democracia é necessário respeitar as opiniões.
"Todos que acompanham o dia a dia do governo, sabem que o governo da presidenta Dilma valoriza o vice-presidente Michel Temer. O vice-presidente Michel Temer, além da função institucional que está exercendo nesse momento, que é substituir a presidenta, ele também tem um papel fundamental na governabilidade".
Desde o último fim de semana, Michel Temer é presidente da República em exercício até a tarde de hoje (2), quando Dilma Rousseff retorna de visita de governo que fez aos Estados Unidos. (ABr)
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