Carlos Alexandre de Souza Rocha, mais conhecido como Ceará, afirmou em delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que fez entrega de dinheiro a pedido de Youssef e o destinatário final seria o senador Aécio Neves (PSDB), como foi divulgado pelo jornal Folha de São Paulo.
Segundo Rocha, em 2013 ele levou R$ 300 mil para um diretor da UTC Engenharia no Rio de Janeiro a pedido do doleiro Alberto Youssef. Afirmou que realizou quatro entregas de dinheiro para um executivo que se chamava Miranda.
Ele relatou que entre setembro e outubro Miranda estava bastante ansioso pelos R$ 300 mil e quando indagou o motivo, o diretor da UTC desabafou que “não aguentava mais a pessoa lhe cobrando tanto”. Quando Rocha perguntou de quem se tratava, Miranda respondeu “Aécio Neves”.
No decorrer do diálogo, Rocha achou estranho o local da entrega ser no Rio de Janeiro, já que Aécio mora em Minas Gerais, então Miranda respondeu que o político tem um apartamento na cidade e “vive muito no Rio de Janeiro”.
O delator diz que não presenciou a entrega do dinheiro para o senador.
Miranda também foi citado no depoimento do diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, que confirmou que o diretor comercial da UTC no Rio se chamava Antônio Carlos D’ Agosto Miranda e que ele costumava guardar e entregar dinheiro a pedido dele e de Ricardo Pessoa.
Santana ressaltou que Miranda não tinha “nenhuma participação no levantamento do dinheiro para formar o caixa dois” da UTC. Mas observou que “pode ter ocorrido algum episódio em que o declarante ou Pessoa informaram a Miranda quem seria os destinatários finais da entrega”.
Entretanto, nem Santana, nem Pessoa mencionaram Aécio Neves em seus depoimentos.
O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves utilizou sua página no Facebook para negar as informações da reportagem, se defender e pedir ajuda aos “amigos”.
Lei na integra a versão de Aécio Neves:
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