O governo da Colômbia está tentando expulsar a Odebrecht do país, em meio uma crescente investigação sobre acusações de que a construtora brasileira ofereceu suborno a autoridades locais para garantir grandes projetos de infraestrutura.
“Estamos trabalhando no sentido da saída definitiva da Odebrecht da Colômbia”, disse ontem Luis Andrade, chefe da Agência Nacional de Infraestrutura.
Esse foi o comentário mais forte do governo colombiano desde que a Odebrecht fechou um acordo com autoridades dos EUA, no mês passado, admitindo o pagamento de US$ 439 milhões em propinas em países fora do Brasil, a maior parte dos quais na América Latina.
Um porta-voz da Odebrecht, que também é investigada em países como Panamá, Equador e Peru, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Dow Jones Newswires.
No fim de semana, um ex-vice-ministro de Transportes colombiano se declarou culpado de enriquecimento ilícito, após receber US$ 6,5 milhões para ajudar a Odebrecht a ganhar uma fatia majoritária no projeto rodoviário Ruta del Sol II, que envolve a modernização de centenas de quilômetros de estradas. Já um ex-senador, também acusado de ter sido subornado para garantir o mesmo projeto, negou as acusações.
Andrade informou que sua agência, que aprova concessões de obras em parcerias público-privadas, solicitou a um tribunal de arbitragem que anule o contrato do projeto rodoviário. Posteriormente, a Colômbia pretende oferecer o contrato por meio de uma nova licitação para concluir a obra.
A postura da Colômbia sugere que o país poderá procurar outras empresas interessadas em expandir o Rio Magdalena, num projeto de quase US$ 1 bilhão no qual a Odebrecht ganhou participação majoritária em 2014. Segundo a procuradoria-geral colombiana, no entanto, não foram encontradas evidências de corrupção no processo licitatório do Magdalena.
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