Eleitores devem ficar atentos às regras da votação.

Tire suas dúvidas sobre documentação, número de candidatos a serem votados e o que mais é preciso saber antes de ir às urnas   Eleições 2010

Adriana Caitano

Giuseppe Janino, do TSE: “Há 20 anos, tínhamos um processo totalmente manual, com muita intervenção humana - inclusive na contagem. O processo era lento, repleto de erros e sujeito a fraudes. Nós reduzimos a intervenção humana e com a biometria eliminamos totalmente a possibilidade de uma pessoa se passar por outra”

O período eleitoral está chegando ao fim e, após campanhas, negociações políticas e escândalos, está quase na hora de 135,8 milhões de eleitores irem às urnas. Para garantir que o voto será dado de forma consciente, é importante esclarecer qualquer dúvida até o dia das eleições, em 3 de outubro.

Antes de pensar na escolha do candidato, o eleitor precisa saber se está preparado para participar do pleito. A partir deste ano, será preciso apresentar, além do título, um documento de identidade com foto. Antes, apenas um deles era suficiente. Quem perdeu o título tem até o dia 23 de setembro para tirar a segunda via.
Documentação em mãos, será hora de conferir o local de votação. No site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é possível verificar a zona e a seção de cada eleitor, indicando apenas o nome completo, a data de nascimento e o nome da mãe. Na mesma página, quem optou por votar em trânsito, ou seja, fora do domicílio eleitoral, pode conferir onde será montada a zona especial nas capitais brasileiras em que há essa possibilidade.
O voto - Na hora do voto a cola não só é permitida como recomendada. O próprio TSE orienta os eleitores a levarem um papel com os números dos candidatos em que pretendem votar. Isso evita confusão e uma demora que pode provocar filas – o tempo estimado para que cada eleitor termine de votar é de 1 minuto e 30 segundos. “Como são muitos números, a pessoa pode até tentar memorizá-los, mas a chance de dar um branco na hora existe”, comenta o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino.
Ele explica que há outro motivo para ser ágil ao digitar o voto: após o registro do eleitor, a urna trava se não for utilizada no período de dois minutos. De acordo com Janino, o sistema entende que se a urna parou de ser ativada é porque algo grave aconteceu, está ocorrendo uma fraude ou o eleitor pode estar sendo coagido por alguém. “A urna passa uma mensagem automática para o mesário perguntando se aquele eleitor ainda está na cabine. É um dispositivo para evitar que outra pessoa conclua o voto em seu lugar”, detalha o secretário. Se a votação for abandonada no meio do caminho, os votos restantes serão computados como nulos.
O sistema de votação – A urna eletrônica foi implantada pela primeira vez no Brasil em 1996 e é utilizada por todos os estados do país desde 2000. Para as eleições de 2010 há 480.000 unidades disponíveis – nenhuma delas tem mais de 10 anos de uso. Os votos computados nas mais antigas eram armazenados em um disquete, agora ficam em um cartão de memória.
Quando a votação do dia é encerrada, esses cartões são levados a um cartório eleitoral de onde os dados são enviados para os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e em seguida ao TSE por uma rede fechada e segura. Mas há lugares de votação tão afastados que esse procedimento poderia demorar dias, o que iria atrasar a apuração final. Em locais como as aldeias indígenas da Amazônia será instalado um sistema de transmissão de dados via satélite, mais seguro que a internet e mais rápido até que o utilizado pelo resto do país.
Cuidados - Outra medida de segurança adotada pelo TSE foi o leitor biométrico. Do total de urnas, 200.000 têm o novo mecanismo, que permite identificar o eleitor pela digital dos dedos. Este ano, a identificação será feita em 60 municípios de 23 estados – somente Amazonas, Roraima e Distrito Federal vão ficar de fora, por enquanto – totalizando 1,2 milhão de eleitores.

De acordo com o secretário de TI, o sistema deverá ser adotado em todo o país até 2018. “Há 20 anos, tínhamos um processo totalmente manual, com muita intervenção humana - inclusive na contagem. O processo era lento, repleto de erros e sujeito a fraudes. Nós reduzimos a intervenção humana e com a biometria eliminamos totalmente a possibilidade de uma pessoa se passar por outra”, explica.

Mudanças - É preciso, ainda, estar atento a algumas mudanças de regras antes e depois da eleição. Em alguns locais, é proibida a venda de bebidas alcoólicas no dia de votação, mas quem define isso é a Secretaria de Segurança Pública de cada estado. Em São Paulo, por exemplo, o governo já confirmou que não adotará a lei seca no dia 3 de outubro.

Outra norma que muda é a referente a prisões. A partir do dia 18 de setembro, 15 dias antes da votação, nenhum candidato, mesário ou fiscal de partido poderá ser preso, a não ser em flagrante. A restrição se repete no segundo turno a partir do dia 16 de outubro. Os eleitores comuns também não podem ser detidos nos cinco dias que antecedem o pleito, logo, a partir do dia 28 de setembro, no caso do primeiro turno. A exceção vale para quem for pego em flagrante delito ou tiver sido condenado por cometer crime inafiançável. O período da regra no segundo turno é de 26 de outubro a 2 de novembro.

Fonte - R Veja.