Licitações viciadas favoreciam sistematicamente as 17 empresas de Raimundo Morais Filho
A enorme teia de ilegalidades ─ descobertas casualmente pela PF em 2009, durante a investigação de fraudes cometidas pelo empresário Raimundo Morais Filho ─ foi batizada pelos próprios envolvidos de “Integração Cearense”, uma alusão ao Ministério da Integração Nacional, ocupado por Ciro de 2003 a 2006. A operação começava com o repasse de recursos do ministério a prefeituras cearenses.
Licitações viciadas favoreciam sistematicamente as 17 empresas de Morais, que se apropriava de 4% do valor do contrato e entregava o restante ao deputado estadual Zezinho Albuquerque (PSB), principal articulador político de Cid Gomes na Assembleia. Na etapa seguinte, esse dinheiro era repassado às prefeituras, que pagavam pelas obras uma quantia inferior à prevista nos contratos. Segundo a documentação apreendida pela PF, a quantia excedente financiou, na campanha de 2006, as candidaturas de Cid a governador e de Ciro a deputado.
Interessado em negociar uma delação premiada, Morais produziu um minucioso relatório sobre as operações criminosas. Procurados por VEJA, Zezinho e os irmãos Gomes negaram qualquer envolvimento com o episódio. Ciro afirma que sequer conhece o pivô do escândalo.
Fonte Veja
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