Na madrugada de ontem, novo apagão elétrico aconteceu nos bairros Dionísio Torres, Papicu, Jardim das Oliveiras, Cidade dos Funcionários, Edson Queiroz, Água Fria, Parque Manibura e Luciano Cavalcante. A falta de energia começou por volta das 5 horas e durou entre dois e 26 minutos. 280 mil pessoas foram afetadas.
A família de Cizania Veras foi uma delas, mas sua casa passou longe de apenas ficar alguns minutos sem luz. A aposentada acordou às cinco horas com um estrondo. Ela e o marido Sidney levantaram da cama e encontraram lâmpadas e tomadas estouradas, a geral elétrica pegando fogo e todos os cômodos tomados por uma fumaça preta.
O susto aconteceu em duas outras casas da avenida José Leon, no Jardim das Oliveiras, e foi provocado pelo curto circuito de um poste de alta tensão da Companhia Elétrica do Ceará (Coelce). Na manhã de ontem, uma equipe da Companhia avaliava os danos materiais causados nas casas afetadas para então ressarcir as famílias.
Em nota oficial, a Coelce não se pronunciou sobre a relação entre a queima do poste da avenida José Leon e o apagão nos outros bairros de Fortaleza, mas informou que a falta de energia se propagou pela cidade por uma falha na subestação Delmiro Gouveia da Companhia Hidrelétrica do São Francisco – a Chesf.
O Gerente de Distribuição de Fortaleza da Coelce, Jairo Kennedy, explica que o problema em uma linha de transição provoca o corte dela em milisegundos, para evitar consequências mais graves - como a ocorrida na casa da família de Cizania Veras. No caso de ontem, o sistema de proteção da Chesf demorou próximo de um segundo para cortar a linha com defeito, e, quando cortou, comprometeu também duas outras - o que causou o apagão nas outras áreas da cidade.
De novo
A estação Delmiro Gouveia da Chesf esteve nas notícias do último domingo, 26, do O POVO. Era dali o equipamento defeituoso que ocasionou o apagão em oito subestações da Coelce das 14h22min às 14h57min de sábado, dia 25.
Mesmo diante da proximidade entre os dois incidentes, o gerente regional da Chesf Cláudio Pita nega qualquer correlação entre os apagões. “Sábado nós tivemos problema num equipamento físico interno da subestação. Dessa vez, foi consequência de uma linha falha. As duas ocorrências não estão correlacionadas”, garante Cláudio Pita. O engenheiro reforça que o curto circuito do poste não seria atribuição da Chesf.
E-Mais
Em frente à casa de Cizania Veras, o suposto culpado pelo susto da manhã de ontem incomoda a família. “Esse poste aqui da frente vive sendo resfriado”, lembra a aposentada. Ela relata que o equipamento solta faíscas vez por outra, quando costuma vir uma equipe da Coelce para resfriá-lo.
“Estou pensando em me mudar. Brinco com a minha neta na varanda de casa. E se fosse mais tarde? E se não estivesse todo mundo deitado?”, questiona.
A razão da preocupação de dona Cizânia está por toda a casa. A corrente elétrica rachou paredes, queimou tomadas e eletrodomésticos, criou focos de incêndio e lâmpadas afetadas saltaram fora com violência.
SEMÁFOROS
32 semáforos deixaram de funcionar por conta do apagão nos bairros Centro, Fátima, Dionísio Torres, São João do Tauape, Joaquim Távora, Vicente Pinzon,
Papicu, Aldeota e Meireles. A situação só se normalizou no tráfego por
volta das 11 horas.
Para auxiliar os motoristas, a Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) enviou agentes aos cruzamentos mais movimentados da Capital.
Os semáforos foram reprogramados, e a AMC não soube precisar quantos equipamentos foram danificados pela oscilação elétrica.
Fonte - O povo online
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