Estudo do Ipea mostra que, no período de 2005 a 2010, aumentou a desigualdade na distribuição de vagas no Brasil
Klinger Portella, iG São Paulo | 10/02/2011 15:00
Ricos x Pobres
“Não obstante queda significativa na taxa total de desemprego entre 2005 e 2010 nas seis regiões metropolitanas do Brasil, houve situações inversas entre os mais pobres”, disse o Ipea no comunicado. Na conclusão do estudo, o instituto aposta que o aumento do desemprego entre os mais pobres “pode ser visto como a contraface dos ganhos reais nos rendimentos dos ocupados”.Segundo o levantamento, entre 2005 e 2010, os trabalhadores que respondiam por 10% dos menores rendimentos das regiões pesquisadas tiveram alta de 44,2% no nível de desemprego. Para os 10% com maior rendimento, a taxa de desemprego caiu 2,6% na mesma base de comparação.
Tempo desempregado
O tempo de procura por trabalho também passou por mudanças significativas nos últimos cinco anos. Enquanto, em 2005, os desempregados com menor renda passavam mais tempo procurando trabalho, em 2010, o tempo médio de procura ficou maior entre os trabalhadores com maior renda.
No ano passado, o desemprego com menor rendimento teve tempo de procura médio de 248,3 dias, enquanto, em 2005, era de 341,4 dias. “Ou seja, uma queda de 27,3% no tempo de procura por uma ocupação”, diz o Ipea.
Para os trabalhadores com renda mais elevada, por sua vez, o indicador subiu 15,7%, de 277 dias em 2005 para 320,6 dias em 2010.
Segundo o Ipea, a análise dos números é ambigua. “O aumento do tempo de procura entre os desempregados de maior rendimento familiar per capita sugere que estes podem estar sendo mais seletivos em relação à aceitação de novos empregos”, diz.
“Por outro lado, a diminuição do tempo de procura entre os mais pobres também é indicativo de que estes acessam principalmente trabalhos precários e de curta duração, retornando rapidamente à condição de desemprego”, completa o Ipea.
Fonte: Portal IG
Colaboração: J. Batista
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