Pesquisadora americana descobre que tratamento contra parasita aumenta chances de doenças respiratórias
Os problemas de saúde dos habitantes de Conde, na Bahia, foram um dos destaques desta sexta-feira(18) da reunião da Sociedade Americana para Avanço da Ciência (na sigla em inglês, AAAS) que acontece em Washington. Um dos poucos locais ainda endêmicos de esquistossomose no Hemisfério Ocidental, a cidadezinha, que fica a três horas de carro de Salvador, se tornou objetos de estudo da escola de medicina de Johns Hopkins, em conjunto com pesquisadores da Universidade Federal da Bahia.Leia mais sobre a conferência AAAS
A equipe de Kathleen examinou os moradores de Conde durante dez anos e descobriu que o segredo deste paradoxo está no anticorpo Imunoglobulina E (IGE). Ele é um dos responsáveis por combater parasitas no corpo, mas quando "desocupado", desencadeia doenças respiratórias e alérgicas como a asma. Os pesquisadores descobriram que a população da cidade baiana são geneticamente predispostos a terem altos níveis de IGE em seu organismo, e agora, querem descobrir exatamente quais são os genes responsáveis por esse mecanismo.
Os resultados da pesquisa da Johns Hopkins reforçam o que Kathleen chamou durante sua apresentação de "Hipótese da Higiene": a melhoria das condições de vida e a urbanização praticamente erradicaram doenças parasitárias, mas em compensação, pioraram os índices de doenças alérgicas e autoimunes, e é um dos que reforçam causas genéticas para essa relação. "Não podemos advogar a volta das péssimas condições de vida, mas sim entender a relação entre os dois fenômenos, que moléculas os causam e com isso criar novos medicamentos," explicou a pesquisadora ao iG.
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