Crianças e adolescentes alegam que precisam levar muito material para as aulas
As férias acabaram, mas o excesso de bagagem acompanha muitos estudantes neste início de ano letivo. É o caso de Maria Eduarda Vieira, de 13 anos, estudante da 7ª série de uma escola do Recife, que leva em sua mala para as aulas bem mais do que o recomendado por médicos e ortopedistas, que dizem que a mochila não deve ultrapassar 10% do peso corporal.Leia também
A estudante explica que são cinco aulas por dia, e para cada uma delas são necessários até quatro volumes. Para português, por exemplo, os alunos precisam um dicionário, uma gramática, um livro com textos e um paradidático.
Para o ortopedista especialista em problemas da coluna Marcus André Ferreira, as mochilas mais indicadas são aquelas que possuem rodinhas, que possibilitam que os alunos empurrem seu material sem forçar as costas. Entre as tradicionais, as mais indicadas são aquelas com alças acolchoadas. Mas de nada adianta ter a mochila ideal se os estudantes, assim como acontece com Maria Eduarda, não a utilizam da forma correta – com as duas alças sobre os ombros.
Caminhada com peso é pior
Danienny Sousa Gomes tem apenas nove anos e precisa andar mais de 1 km com uma mochila com peso superior a 10% do seu peso. Estudante da 3ª série do ensino fundamental em uma escola comunitária no bairro Bom Jesus, na periferia de São Luís, no Maranhão, a pequena Danienny tem pouco mais de um metro e trinta e pesa 28 quilos.
Foto: Wilson Lima
Danienny Sousa Gomes caminha 1 km para ir à aula com 3,5 quilos nas costas
Quase diariamente, Danienny faz um caminho em chão de terra batida em direção à escola. Um caminho nem sempre fácil. Quando ela vai com coleguinhas da escola, divide o peso com eles. Quando a mãe vai, o que nem sempre acontece já que trabalha como diarista, divide com ela. As costas levemente recuadas da criança no caminho para a escola dão a dimensão do problema. “Eu fico cansada. É peso demais mesmo”, diz a estudante.
Maria José Sousa, mãe de Danienny, fica preocupada com o esforço diário da filha. “Sabemos que ela leva muita coisa para o colégio, mas não sabemos o que é prioridade. Por isso, não tiramos o que tem na bolsa dela até para não atrapalhar”, justifica.
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