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DE SÃO PAULO Ela confidenciou a assessores que não podia deixar uma crise pessoal contaminar e paralisar seu governo --como vinha ocorrendo nos últimos 23 dias, desde que a Folha publicou sua primeira reportagem sobre os negócios da empresa de consultoria de Palocci, a Projeto.
Nova ministra diz que focará atuação na gestão de projetos
Para especialistas, mudança no governo não deve afetar mercado
Leia a íntegra da nota de demissão do ministro Palocci
Veja os fatos que levaram à saída de Palocci do governo
Palocci entregou nesta terça-feira (7) carta à presidente solicitando o seu afastamento do governo federal. Segundo nota divulgada pela Casa Civil, o ministro quis evitar que o "embate político" prejudicasse suas atribuições no governo". A senadora Gleisi Hoffmann
(PT-PR) vai assumir a Casa Civil.
Lula Marques - 7.jun.2011/Folhapress | ||
Antonio Palocci participa, com Dilma, de seu último evento oficial como ministro da Casa Civil, em Brasília |
"O ministro considera que a robusta manifestação do Procurador Geral da República confirma a legalidade e a retidão de suas atividades profissionais no período recente, bem como a inexistência de qualquer fundamento, ainda que mínimo, nas alegações apresentadas sobre sua conduta. Considera, entretanto, que a continuidade do embate político poderia prejudicar suas atribuições no governo. Diante disso, preferiu solicitar seu afastamento", diz a nota do ministério.
A crise que levou à saída de Palocci teve início no dia 15 de maio, após a Folha revelar que o ministro multiplicou seu patrimônio por 20 entre 2006 e 2010.
A Projeto, empresa aberta por ele em 2006 --quando o ministro afirmou ter patrimônio de R$ 356 mil-- comprou, em 2009 e 2010, imóveis em região nobre de São Paulo no valor total de R$ 7,5 milhões. A Folha também mostrou que o faturamento da empresa foi de R$ 20 milhões em 2010, quando ele era deputado federal e atuou como principal coordenador da campanha de Dilma à Presidência da República.
Em entrevistas, o ministro negou irregularidades na atividade da empresa, mas se negou a revelar quem eram seus clientes alegando "cláusula de confidencialidade". O ex-ministro atribuiu as acusações contra ele a uma "luta política".
Leia mais na Folha desta quarta-feira, que já está nas bancas.
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