75. Deputados do PMDB são acusados de desviar verbas do Turismo
Fernando Rodrigues
Colunista do UOL, Em Brasília
Colunista do UOL, Em Brasília
Data de Divulgação
12.ago.2011
Os sites da Câmara e do Senado fornecem e-mail e telefones de contato dos envolvidos nesse escândalo que ainda têm mandato. Para deputados, clique aqui e escolha o nome do envolvido. Em seguida, clique em pesquisar e obtenha seus contatos. Para senadores, clique aqui e, depois, sobre o nome do envolvido no escândalo.
O escândalo
Um dos presos pela Polícia Federal na operação que atingiu convênios do Ministério do Turismo com ONG afirmou que a deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) se beneficia da suposta fraude. A notícia foi publicada pela “Folha de S.Paulo” em 12.ago.2011. Outro texto, de 15.ago.2011, também menciona suposta participação do deputado André Zacharow (PMDB-PR) no esquema que existiria na pasta.
Fátima Pelaes (PMDB-AP)
O servidor público Errolflynn Paixão, vice-presidente do PT do Amapá, relatou, segundo o jornal, conversa com seu sócio na empresa Conectur, Wladimir Silva Furtado. No diálogo, afirmou Errolflynn, Wladimir dissera que recursos pagos pelo Ministério do Turismo a uma empresa voltavam para a deputada Fátima Pelaes, autora da emenda que havia permitido a liberação da verba.
A Conectur, segundo as investigações, seria uma das subcontratadas pelo Ibrasi , ONG que investigada pela Polícia Federal na Operação Voucher, que resultou na prisão das pessoas do Ministério. Aqui notícia da “Folha” publicada em 9.ago.2011 sobre a Operação Voucher.
"Ouvi do Wladimir que o dinheiro voltava para a deputada Fátima, é isso o que eu disse à Polícia Federal. Se repassou [o dinheiro] é outra história, aí eu não sei, mas o Wladimir me falou isso", disse o petista, segundo publicou a “Folha”. "Infelizmente, estávamos só eu e ele naquele momento, mas ele falou isso para mim".
André Zacharow (PMDB-PR)
A suspeita sobre o deputado André Zacharow incorre por que a ONG da qual ele é presidente licenciado contratou duas empresas para executar serviço que ela foi escolhida para realizar pelo Ministério do Turismo. A notícia foi dada pela “Folha” em 15.ago.2011.
As duas empresas, segundo a “Folha”, pertencem ao empresário Fábio de Mello. Chama-se IBT (Instituto Brasileiro de Organização do Trabalho Intelectual e Tecnológico) e a Norwell Ltda. Ambas assinaram contratos com a Sociedade Evangélica Beneficente de Curitiba, que é a ONG ligada a Zacharow.
Outro lado
A deputada Fátima Pelaes classificou como “caluniosas” as declarações de Errolflynn Paixão, segundo publicou a “Folha” em 12.ago.2011. Ela negou o suposto recebimento de recursos.
"Meus sigilos bancário, fiscal e telefônico estão à disposição", afirmou a deputada em nota enviada por sua assessoria. Em um Blog do Amapá, a deputada disse, segundo a reportagem: "se alguém fica sabendo de algo tão grave assim e não faz nada, no mínimo é conivente".
O Ministério do Turismo, por sua vez, publicou nota afirmando que a subcontratação faz parte do convênio. Sobre a acusação de que os recursos enviados pelo ministério voltariam para a deputada, a pasta informou que "desconhece a prática de atos dessa natureza e, por isso, não pode se pronunciar".
“Wladimir Furtado não foi encontrado ontem para comentar sobre o caso”, escreveu a “Folha”. O jornal também tentou contatar o advogado da Ibrasi, Alessandro Brito, mas não obteve resposta.
Já a Sociedade Evangélica Beneficente de Curitiba não comentou a contratação das empresas de Fábio de Mello nem a relação do empresário com a entidade, afirmou a “Folha” em 15.ago.2011. Em nota, a ONG negou irregularidades e afirmou cumprir os ritos legais vigentes.
Em nota, o deputado Zacharow disse ter indicado a entidade para o convênio por conta de “sua tradição" na área de ensino. Afirmou desconhecer irregularidades na execução do serviço.
“O Ministério do Turismo não quis se manifestar sobre a servidora citada na investigação. A Folha ligou para o IBT e solicitou contato com Mello ou seus advogados, mas não houve resposta”, disse a reportagem.
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